O timing não poderia ser melhor. George Soros, um bilionário de 87 anos, que sempre demonstrou um faro muito particular para tudo o que dá dinheiro – a ponto de, onde ele investe, ter muitos que o seguem -, decidiu investir 35 milhões na Tesla. E no momento exacto em que a empresa de Elon Musk necessita de capital para acomodar os investimentos que tem agendados para breve, projectos como o Roadster, o Semi e o SUV Model Y.

Soros já tinha sido accionista da Tesla, cujas acções vendeu em 2017. Decidiu agora voltar a apostar na empresa americana que produz automóveis eléctricos, através da sua firma Soros Fund Management LLC. Não adquiriu acções, mas sim uma “coisa” mais segura, títulos preferenciais que podem ser trocados por acções comuns, que garantem ao bilionário húngaro-americano uma maior segurança.

A decisão de Soros surge na altura ideal, pelo menos para Musk, que se prepara para novo período de forte investimento, uma vez que a partir de 2019/2020 vai avançar com três novos produtos, respectivamente o Model Y, o SUV com base no Model 3, o Roadster, o superdesportivo capaz de ir de 0 a 60 milhas/hora (97 km/h) em 1,9 segundos e atingir 400 km/h, e o Semi, o tractor para camiões tipo semi-reboque 100% eléctrico, como todos os produtos da marca.

O CEO da Tesla já afirmou que não necessita de reunir mais capital para financiar estes três projectos, a que se junta um quarto: a construção de Gigafactory na China, juntamente com uma nova fábrica para alimentar aquele mercado, agora que não é necessário manter um sócio local que tenha acesso à tecnologia. Segundo David Tamberrino, analista da Goldman Sachs, é provável que Musk esteja mais uma vez a ser demasiado optimista, uma vez que, pelos seus cálculos, são necessários cerca de 10 mil milhões de dólares para financiar todos estes projectos.

A Tesla não comentou a análise de Tamberrino, mas é sabido que Musk está apostado em cortar as “gorduras” na linha do Model 3, no mesmo período que o volume de produção está finalmente a aumentar, com as previsões mais recentes a apontarem para 6.000 unidades por semana – melhor pois do que as 5.000 previstas anteriormente –, o que vai fazer finalmente a Tesla entrar nos lucros. O que vai ao encontro às declarações de Musk, que afirmou que os 3º e 4º trimestres de 2018 vão ser de lucro para o fabricante, que até aqui tem acumulado prejuízo atrás de prejuízo.

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