Os jogos de andebol entre FC Porto e Sporting têm sido uma verdadeira caixa de surpresas ao longo da temporada. No primeiro, em Alvalade, os dragões conseguiram quebrar um arranque desastroso de Campeonato e ganharam (26-23); no segundo, no Dragão Caixa, os leões conseguiram terminar um jejum de quase 20 anos sem vencer o rival fora alcançaram mesmo uma das vantagens mais larga de sempre (31-25); no terceiro, já a contar para a fase final da principal prova e também na Invicta, os azuis e brancos jogavam tudo na remota possibilidade de discutirem ainda o primeiro lugar mas voltaram a perder (30-27); no quarto, que fechou o Campeonato no Pavilhão João Rocha, os verde e brancos queriam fazer a festa do bicampeonato e também dos quatro atletas que sairão no final da época (Portela, Bozovic, Kopco e Felipe Borges) mas foram surpreendidos de novo em casa (31-26).

Como se percebe a partir daqui, era muito complicado apontar um favorito teórico na segunda meia-final da Taça de Portugal realizada no Peso da Régua, já depois do Benfica ter vencido o Gaia por 33-29 e assegurado presença no jogo decisivo deste domingo. Por um lado, é notório que o Sporting caiu muito de rendimento desde que conquistou o título, além de estar privado de unidades fulcrais com Carlos Ruesga à cabeça; por outro, e apesar das melhorias que Carlos Martingo trouxe depois de render Lars Walther no banco (Magnus Andersson está confirmado para só para a nova temporada), o FC Porto ainda continua longe do seu melhor. Entre todos estes dados, os leões acabaram por sair por cima, goleando por 30-21 e defrontando agora o rival Benfica na prova.

Benfica vence FC Gaia e é o primeiro finalista da Taça de Portugal de andebol

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Após um início de jogo equilibrado, alguns erros ofensivos do FC Porto proporcionaram ao Sporting uma série de ataques rápidos e contra-ataques que deram ao conjunto de Hugo Canela uma vantagem de dois/três golos que se foi mantendo até aos últimos minutos, altura em que houve a passagem para quatro golos de diferença ao intervalo (15-11). Mais de metade dos tentos leoninos foram apontados pelos pontas Pedro Portela (cinco) e Pedro Solha (três), a que se somou a ainda os tiros certeiros de Frankis Carol nos nove metros (quatro golos); do lado dos portistas, o ponta Carrillo e o lateral direito Ángel Hernández eram os melhores marcadores com três golos.

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Ao intervalo, é muito provável que Carlos Martingo tenha colocado a tónica do discurso nas ações ofensivas, com o FC Porto muito abaixo do que é habitual em termos de ações organizadas. E tinha uma vantagem: durante quase dois minutos, estaria em vantagem numérica. No entanto, uma entrada desastrosa dos dragões (já com Quintana na baliza, no lugar de Hugo Laurentino) no segundo tempo acabou por praticamente sentenciar a partida, com os leões a chegarem a uma vantagem de sete golos (18-11) que foi sendo gerida até ao final do encontro, chegando mesmo aos nove golos a mais a menos de dez minutos, altura em que os azuis e brancos pediram o último desconto de tempo. Cudic, guarda-redes que fez uma exibição decisiva sobretudo nos últimos 30 minutos, foi a grande figura, a par de Frankis Carol e Pedro Portela, os dois melhores marcadores com nove e oito golos.

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De referir que o Sporting volta à final da Taça de Portugal depois de ter perdido, após prolongamento, com o ABC na última temporada (35-33). Já o Benfica conquistou o troféu em 2015/16, após bater em Almada os leões também nos últimos segundos do tempo extra (36-35). Em termos de palmarés na prova, o conjunto verde e branco é o que mais vezes ganhou a Taça, 15, ao passo que os encarnados somam um total de cinco triunfos.