As contas eram simples: Tunísia e Panamá estavam fora dos oitavos, Bélgica e Inglaterra estavam apuradas e tudo o que faltava descobrir era quem passava em primeiro. Nenhuma das seleções se esforçou muito. A Bélgica fez nove alterações no onze inicial face ao jogo com a Tunísia e Inglaterra fez oito: não jogou De Bruyne, não jogou Hazard, não jogou Lukaku, assim como do outro lado não jogou Kane, não jogou Sterling e não jogou Lingard.

Os 90 minutos foram jogados a passo lento, claramente entre duas equipas que tinham o apuramento garantido e estavam em gestão de esforço. Na primeira parte, embora os ingleses tivessem o controlo do jogo e mais posse de bola, os belgas foram sempre mais perigosos quando conseguiam passar a primeira linha defensiva de Inglaterra. No segundo tempo, a equipa comandada por Gareth Southgate até entrou em campo com mais ímpeto e vontade de decidir a partida mas levou um balde de água fria logo aos 5 minutos da segunda parte.

Num remate de bonito efeito – mais um para as contas deste Mundial -, Januzaj colocou a bola “onde a coruja dorme” e bateu Pickford. O belga que alinha pelos espanhóis da Real Sociedad e é um dos poucos jogadores da equipa de Roberto Martínez que não joga na Premier League estreou-se a marcar pela Bélgica e logo com um golo que vai, com certeza, fazer parte dos vídeos dos melhores momentos deste Mundial da Rússia.

A partir do golo, pouco mais. Southgate decidiu não colocar Harry Kane, Sterling e Lingard em campo e nunca arriscou: a Bélgica esteve sempre mais perto do segundo golo do que a Inglaterra do empate. Os belgas controlaram a partida até ao apito final, venceram o grupo G e encontram o Japão nos oitavos de final. Os ingleses, esses, vão enfrentar a Colômbia de James e Falcao. No outro jogo do grupo G, a Tunísia venceu o Panamá por 2-1 e escapou ao último lugar, onde ficaram os estreantes.

A fase de grupos do Mundial da Rússia chega ao fim com a terceira jornada do grupo G. Nesta fase de grupos, marcaram-se 112 golos: menos 24 do que na fase de grupos do Mundial 2014, quando foram marcados 136 golos, um recorde na história dos Mundiais. A Bélgica, com nove golos, foi a seleção mais concretizadora (Inglaterra e Rússia, com oito, dividem o segundo lugar). O melhor marcador é o capitão inglês Harry Kane (5 golos), perseguido de perto por Cristiano Ronaldo e o belga Romelu Lukaku (ambos com 4).

Com dois jogos com sete golos no mesmo grupo (as goleadas da Bélgica e da Inglaterra à Tunísia e ao Panamá, respetivamente), existiu apenas uma partida que terminou sem qualquer golo marcado (Dinamarca-França). A Alemanha protagonizou a surpresa da fase de grupos, ao ser eliminada na primeira fase pela primeira vez na história, e Brasil e Argentina conseguiram escapar com muitas dificuldades.

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