Com o Mundial perto do fim, é tempo de se avançarem com os balanços – e um deles terá de ser ao VAR, que na Rússia esteve em estreia em Campeonatos do Mundo. Gianni Infantino, presidente da FIFA, já fez a sua análise e, embora reconheça que era “cético” com a tecnologia, acredita que “já ninguém pode imaginar um Mundial sem VAR“. “O videoárbitro não está a mudar o futebol, mas está a torná-lo mais limpo, mais honesto, mais transparente e mais justo”, considera.

O representante máximo do futebol mundial não fica pelas “perceções” e recorre aos “dados” – que não incluem os últimos dois jogos da prova, que foram posteriores à análise de Infantino. “Houve 445 jogadas estudadas e só 19 foram revistas pelo VAR, ou seja, uma a cada 3,5 jogos. Dessas, só em 16 se mudou a decisão do árbitro, o que significa que inicialmente a sua decisão tinha sido incorreta”, destacando que “antes do VAR, 95,73% das decisões de arbitragem eram corretas e, graças ao VAR, essa percentagem subiu para 99,3%“.

Em parte porque “o golo em fora de jogo já não existe no futebol”, defende Infantino. “Ou estás em fora de jogo ou não estás. Nunca voltaremos a ver um golo em fora de jogo. São decisões que não voltam atrás, que não são interpretáveis”. Mas nem todas são assim e Infantino dá o exemplo de um lance a envolver Cristiano Ronaldo no jogo com o Irão – em que a equipa de Carlos Queiroz ficou a reclamar agressão do capitão português. O responsável da FIFA defende que o toque “não foi na cara” e que “o futebol é um desporto de contacto, pelo que nem todos os contactos são falta e isso pressupõe que o árbitro tem de interpretar”.

Infantino alerta ainda para o facto de não ter havido nenhum cartão vermelho por atitudes violentas. “Os jogadores sabem que todo o mundo vai saber, graças às câmaras e às imagens 360 graus que mostram se agrediram ou não um rival”. E sintetiza: “Estamos muito satisfeitos com o VAR”. 

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Quem não está tão otimista é Iker Casillas. O guarda-redes do FC Porto está a acompanhar o jogo da final e, nas redes sociais, considerou terem existido erros de arbitragem, que atribui ao VAR, nos dois golos da França. “Sinceramente, não entendo muito bem o uso do videoárbitro. O árbitro assinala uma falta que não é a Griezmann. Na sequência, golo da França e não acontece nada“, diz o espanhol.

O penálti concretizado por Griezmann (e que fez o 2-1 no jogo), também foi, para o guardião, mal avaliado. “Outro erro! Perisic não podia tirar a mão. O Matuidi quer cabecear, mede mal e não toca com a cabeça. A bola vai ter com Perisic. Para mim não é penálti“, defende.