A primeira-ministra britânica, Theresa May, decidiu assumir as negociações do país com a Europa pelo Brexit. Até aqui, as negociações entre Reino Unido e União Europeia (UE) eram lideradas, do lado britânico, por uma secretaria de Estado liderada pelo conservador Dominic Raab, um entusiasta da saída do Reino Unido da UE.

De acordo com a agência Bloomberg, a decisão de Theresa May de assumir ela mesmo as negociações das condições de saída do país poderá levar a mudanças nas condições colocadas pelo Reino Unido. Isto porque o departamento de Dominic Raab, que até recentemente era liderado por David Davis, tinha uma abordagem às negociações com a UE considerada mais dura e agressiva do que a de Theresa May, que defende um “divórcio amigável”. A partir de agora, este departamento reportará diretamente à primeira-ministra.

Além da intenção de assumir a coordenação das negociações, Theresa May anunciou ainda esta terça-feira que o Reino Unido libertar-se-á das regras europeias não no final de março do próximo ano, como estava inicialmente previsto, mas no final de 2020. A decisão terá o acordo de Dominic Raab, já que este defendeu-a como “necessária” para garantir que as regras e condições negociadas pelo Reino Unido com a União Europeia poderão ser cumpridas.

Ainda assim, o adiamento coloca algumas dúvidas legais, refere o jornal britânico The Independent. Segundo este órgão, o Reino Unido “ficará sem eurodeputados e sem comissários europeus, mantendo-se ainda, assim, obrigado a cumprir regras europeias”.

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Também esta terça-feira, Dominic Raab prometeu que “na eventualidade” de União Europeia e Reino Unido não chegarem a acordo relativamente às condições de saída do país da UE, “não haverá uma remoção de direitos indiscriminada dos cidadãos europeus que vivem neste país”.