O crime terá rendido 10 milhões de euros aos assaltantes, no que foi o maior assalto alguma vez registado em Braga. Uma agência do banco Santander, na Avenida Central, que se encontrava em obras, viu o conteúdo de 58 dos seus cofres individuais desaparecerem, na noite de São João. Os lesados, que acusam o banco de negligência, falam em prejuízos no valor de 10 milhões de euros.

Jóiais, barras de ouro, relógios de colecionador, documentos e dinheiro vivo, foram os bens que os clientes do banco perderam depois de um gangue se ter aproveitado das obras que decorriam para entrar pelas traseiras sem ser detetado. Alguns dos lesados apenas tomaram conhecimento de que o seu cofre tinha sido assaltado 20 dias depois.

Não tinha lido os jornais”, explicou um cliente que solicitou o anonimato, em declarações ao JN (link não disponível). Tinha 150 mil euros no cofre, “tudo faturado, documentado e fotografado”. Mas há quem tenha perdido “muito mais”, garante.

Apesar de uma fonte oficial de instituição ter confirmado ao JN que a instituição “não deixará de assumir as responsabilidades que sejam devidas na salvaguarda dos interesses dos seus clientes”, o problema reside agora em verificar a veracidade das declarações de valores dos seus clientes. Isto porque os depósitos nos cofres são feitos sem a presença de qualquer funcionário e sem registo do valor depositado.

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A responsabilidade do Santander ainda está por apurar. Alguns dos lesados afirmam ter a informação de que a porta do cofre estaria aberta na noite do crime, acusando o banco de não ter precavido a possibilidade de um furto.

O gangue, que foi detido no início do mês pela GNR, já tinha assaltado as casas do empresário Domingos Névoa e do cantor Delfim Júnior, sendo suspeito de, em junho, ter roubado 300 mil euros em peças de ourivesaria de um joalheiro, em Braga.

Foram apreendidos ao gangue objetos no valor de 2 milhões de euros. Ao todo a GNR apreendeu 14 automóveis topo de gama, cinco quilos em barras de ouro, jóias e dinheiro. Para além disso, as autoridades encontraram dois inibidores de alarmes, que terão sido utilizados no furto ao Santander. Os dispositivos, que emitem radiações nas mesmas frequências de outras redes, terão servirdo para limitar as comunicações dos alarmes.