O plano do Ministério da Saúde para levar até 67 médicos para o Algarve não conseguiu contratar, até ao momento, qualquer clínico, noticia o Público. A ideia seria contratar através da mobilidade especial, mas não houve “uma adesão significativa”, disse ao jornal o presidente da ARS do Algarve — que é como quem diz: não chegou nenhum médico das várias especialidades pedidas.

“Ainda é um pouco cedo para fazer um balanço final [o despacho está em vigor até 30 de setembro], mas não temos tido uma adesão significativa. Existiram várias candidaturas de medicina geral e familiar, mas os períodos e os horários não se enquadravam nas nossas necessidades. Para o hospital, tivemos uma candidatura até ao momento, mas que desistiu”, afirmou Paulo Morgado, citado pelo jornal.

Já nos anos anteriores deste programa, que começou em 2016, “nunca houve uma adesão muito grande”, mas o facto de o despacho ter sido publicado já perto do final de mês de junho poderá ter contribuído para que o interesse esteja a ser ainda menor. No primeiro ano deslocaram-se sete médicos e no ano passado quatro — quem vai recebe o mesmo ordenado mas pode obter ajudas de custo entre 50 e 200 euros.

A alternativa à mobilidade especial de médicos está a ser o pagamento de horas extra e, por outro lado, trabalho adicional em prestação de serviços, remunerados com valores acima das tabelas legais.

Uma especialidade que, segundo o Público, está especialmente desfalcada é a anestesiologia — no país todo e, ainda mais, no Algarve — com o setor privado a pagar salários muito mais elevados com os quais o Serviço Nacional de Saúde não consegue concorrer.  Para servir a região existem 20 anestesistas, que se dividem em trabalho entre o sector público e o privado. “Faziam falta outros tantos”, defende Paulo Morgado.

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