Viram a ponte cair “lentamente”. Primeiro o pilar central. Depois o resto. Pensavam que era um trovão e alguns até duvidaram das notícias que iam chegando e que davam conta que a ponte Morandi, na cidade italiana de Génova, desabara sobre a autoestrada A10. Para os moradores da zona circundante à ponte, bastou-lhes olhar pela janela. Aos condutores que passavam perto da ponte às 11h50 — a hora que colapsou — chegaram até destroços.

O casal que passou na ponte minutos antes de desabar

Pouco antes da tragédia, Sara e Luca atravessaram a ponte Morandi, para chegar a Lerici e começar o primeiro dia de férias. “Havia muito trânsito, carros e especialmente camiões. Estava a chover, mas não notámos nada de estranho”, descreveu Sara. Pouco depois da tragédia, o casal natural de Pinerolo começou a ser bombardeado com notícias nos telemóveis: “Ficámos sem fala”.

Os condutores que viram a ponte a cair “lentamente”

Perto dessa autoestrada estava Alberto Lercari. Ouviu um estrondo e viu a ponte cair “lentamente”. Depois, a fuga: “Vi pessoas a correrem na minha direção, descalças e aterrorizadas”. Alberto Lercari estava a cerca de 200 metros da ponte Morandi, em Génova, no momento em que desabou. O motorista de autocarros, tinha acabado de chegar a Génova para deixar os passageiros que tinha trazido de Arenzano. “Foi horrível”, recorda à Rai.

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Os destroços da ponte ficaram a menos de 20 metros de distância do carro que Davide Ricci conduzia. “Foi como se fosse atingido por um raio”, disse ao La Stampa, recordando que “primeiro o pilar central desmoronou-se. Depois, tudo o resto caiu”.

A família no Ikea, onde os destroços chegaram

“Percebi que a desgraça só chegou à entrada do Ikea, nem a 500 metros em linha reta da ponte Morando”. Annarita, o marido e o filho estavam na loja de mobiliário no momento em que a ponte colapsou. Quando saíram, perceberam que os carros estavam a ser desviados “devido a um acidente”. Alguns minutos depois, “uma confusão de sirenes”. “Pensei que era um acidente rodoviário”, disse Annarita.

Os moradores que não acreditaram nas notícias

“Pensámos que seria um trovão muito próximo de nós”. Mesmo tendo ouvido o estrondo, não acreditaram nas notícias que começavam a chegar. Pela janela, os moradores perceberam que não era um trovão e que as notícias não eram falsas mas que a ponte que passava a cerca de cinco quilómetros das suas casas tinha colapsado. “Ficámos cheios de medo, muito meda. O trânsito estava completamente parado. A cidade paralisada”, disse ao Il Fatto Quotidiano.

[Veja no vídeo o instante em que a ponte Morandi colapsou]