Tem 120 metros, 29 andares e uma fachada totalmente em vidro e, por dentro, dispõe de jacuzzi, sauna, ginásio e sala de massagem. É assim a nova residência do presidente da Bolívia, Evo Morales, segundo os planos de arquitetura obtidos pela Pagina Siete, um jornal local. A nova construção foi inaugurada na passada quinta-feira e já está a causar polémica e divisão entre os bolivianos.

O edifício situa-se no centro histórico da capital La Paz e representa, para Morales e os seus apoiantes, “uma nova Bolívia”, depois de o país sair de um passado dominado pelo colonialismo. No entanto, há quem veja o novo projeto como um ato caprichoso e de vaidade com o objetivo de glorificar aquele que é o líder mais antigo do país, há 12 anos no poder.

Segundo o The Guardian, a ministra das Comunicações da Bolívia, Gisela López, afirmou que o arranha-céus foi construído “para as pessoas” e não confirmou ou negou as informações divulgadas. Mas garantiu: não foram gastos mais de 34 milhões de dólares (cerca de 30 milhões de euros). A residência tornou-se um assunto controverso e um motivo para os opositores de Morales demonstrarem ainda mais o seu descontentamento com a recusa do presidente em sair do poder e voltar a candidatar-se por uma quarta vez nas eleições em 2019.

“Deixamos para trás o palácio de um estado colonial para chegar à Casa Grande del Pueblo do estado plurinacional da Bolívia”, disse o presidente no discurso de inauguração do edifício, sublinhando que o projeto “é outro marco histórico graças à luta do povo boliviano”. No exterior, várias pessoas protestavam.

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Pode ver abaixo a planta de três dos 29 andares do novo edifício presidencial.

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Construir arranha-céus no centro da cidade é proibido na Bolívia, mas Morales utilizou a maioria parlamentar a seu favor. O edifício substituiu o antigo palácio do governo e dedica um piso inteiro para o presidente viver. “O prédio é um monumento ao desperdício, um gasto de recursos do Estado”, disse a deputada da oposição, Maria Calcina, acrescentando que esses recursos “deveriam ser investidos em saúde, nos hospitais que são ocupados por pessoas que nem sequer têm acesso medicamentos.

Morales defendeu-se das críticas afirmando que a construção vai permitir ao governo poupar nos gastos em habitação e com os escritórios presidenciais e administrativos.