A polícia indonésia matou dezenas de pessoas numa operação descrita pelo The Guardian como uma “limpeza”, em antecipação do Jogos Asiáticos. A Amnistia Internacional encontra-se no país a monitorizar a situação e afirmou que a polícia de Jakarta e Palembag matou 31 pessoas de forma “desnecessária e excessiva”, este sábado, devido aos Jogos.

Os Jogos Asiáticos são o maior evento multidesportivo a seguir aos Jogos Olímpicos. A 18ª edição dos Jogos, que decorrerá de 18 de agosto a 2 de setembro, contará com a presença de cerca de 12.000 atletas de toda a Ásia. Para acautelar a segurança do evento o Governo indonésio vai destacar 100 mil polícias e soldados.

O diretor executivo da Amnistia Internacional na Indonésia, Usman Hadid, afirmou que o aumento do número de mortes, que subiu 64% relativamente ao ano anterior, revelam um “véu de impunidade” com que as autoridades policiais se comportam. “O acolhimento de um evento desportivo internacional não deve acontecer à custa de abandonar os direitos humanos. As mortes devem parar e todas as mortes devem ser imediata e efetivamente investigadas ”, disse ele.

A postura do governo indonésio tem sido bastante criticado depois de vários membros do executivo terem elogiado a postura da campanha contra as drogas do presidente filipino, Rodrigo Duterte. A própria polícia indonesia, apesar do criticismo recebido, através da sua autoridade máxima, Tito Karniavan, reafirmou que se os criminosos apresentarem resistência contra a sua detenção, então que “disparem contra eles”. Chegando mesmo afirmar que o método de Duterte é a melhor forma de lidar com traficantes de droga. “Do que podemos ver no campo, vemos que quando disparamos contra os traficantes eles vão embora”, afirmou Karniavan.

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