A Audi apresentou no Concours d’Elegance de Pebble Beach, integrado na Monterey Car Week, o seu novo protótipo PB18 e-tron. Mais do que um mero exercício de estilo, este concept car revela o caminho que a marca alemã quer seguir com o seu desportivo topo de gama. Em vez de se colar em demasia aos Lamborghini, a Audi pretende seguir o seu próprio caminho, oferecendo potência, mas com versatilidade e espaço.

O PB18 e-tron parece um R8, na parte da frente, para a partir daí evoluir para uma versão mais curta de uma shooting brake, com o tejadilho plano, de forma a oferecer espaço para transportar objectos e permitir a este superdesportivo a capacidade de lidar com umas férias a dois. E a prova é que anuncia uma bagageira com 470 litros de capacidade, apenas menos 10 litros do que um Audi A4.

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Em termos de motorização, o PB18 recorre a três motores eléctricos, com um aplicado no eixo da frente, com 204 cv, e os restantes dois a estarem acoplados a cada uma das rodas posteriores – o que facilita a vectorização do binário, com benefício para a estabilidade e comportamento –, totalizando 680 cv. Em condições normais, os três motores disponibilizam ao condutor uma “manada” com 680 puros-sangue (e 830 Nm de binário), mas durante curtos períodos é possível beneficiar de 775 cv. Isto, segundo a Audi, garante 0-100 km/h em pouco mais de 2 segundos.

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Para alimentar os três motores está uma bateria, mas sólida, com os alemães a apostarem que esta tecnologia vai estar mesmo disponível dentro de três a cinco anos, o que vai permitir fabricar acumuladores mais baratos, mais leves, com maior capacidade e mais rápidos de recarregar, sem se correr o risco de incendiarem durante uma utilização extrema ou em caso de acidente. Para o PB18 a Audi antecipa uma autonomia de 500 km, já segundo o WLTP, com o sistema a 800V a permitir-lhe recarregar em somente 15 minutos.

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Mas talvez o pormenor mais estranho – ou apetecível – do PB18 seja o seu habitáculo, onde em condições normais existem dois bancos, capazes de satisfazer outros tantos adultos. Só que, por ‘artes mágicas’, o interior do protótipo desportivo da Audi pode transformar-se num monolugar, com o posto de condução colocado ao centro, como se tratasse de um fórmula. Este detalhe não deverá ver a luz do dia, num carro de série, tal como também não será adoptado no veículo final o sistema de suspensão de competição, push-rod à frente e pull-rod atrás, uma vez que tradicionalmente roubam muito espaço ao habitáculo. A menos que a Audi tenha conseguido encontrar uma forma de anular esta limitação.