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Águia de asas desequilibradas precisou de um argentino todo-o-terreno para voar até à liderança

Este artigo tem mais de 5 anos

Salvio começou na direita, marcou de grande penalidade e foi ao meio fazer a diferença num Benfica com menos dinâmica à esquerda, mas que foi suficiente para ultrapassar o Rio Ave e liderar o grupo A.

Salvio jogou e fez jogar, marcou e deu a marcar. Argentino foi decisivo no triunfo encarnado (Créditos: Lusa)
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Salvio jogou e fez jogar, marcou e deu a marcar. Argentino foi decisivo no triunfo encarnado (Créditos: Lusa)

MIGUEL A. LOPES

Salvio jogou e fez jogar, marcou e deu a marcar. Argentino foi decisivo no triunfo encarnado (Créditos: Lusa)

MIGUEL A. LOPES

Com a estreia na fase de grupos da Liga dos Campeões frente ao gigante Bayern aí à porta, era de prever que Rui Vitória poupasse algumas peças preponderantes no esquema tático encarnado. Vlachodimos, Rúben Dias, Grimaldo, Fejsa e Cervi ficavam na bancada, com Svilar, Conti, Yuri Ribeiro, Alfa Semedo e Rafa a ocuparem os seus lugares no onze.

Ficha de jogo

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Benfica-Rio Ave, 2-1

1.ª jornada do grupo A da Taça da Liga

Estádio da Luz, Lisboa

Árbitro: Rui Oliveira (AF Porto)

Benfica: Svilar; André Almeida, Conti, Jardel, Yuri Ribeiro; Alfa Semedo (Samaris, 61′), Pizzi (Gabriel 70′), Gedson; Salvio, Rafa e Seferovic (Castillo, 85′)

Suplentes não utilizados: Bruno Varela, Lema, Zivkovic e João Félix

Treinador: Rui Vitória

Rio Ave: Léo Jardim; Junio Rocha, Borevkovic, Buatu e Afonso Figueiredo; Jambor, Schmidt e Diego Lopes; Gabrielzinho (Damien, 70′), Galeno (Gelson Dala , 75′) e Vinicius (Bruno Moreira, 84′)

Suplentes não utilizados: Paulo Vítor, Miguel Rodrigues, Matheus Reis e Tarantini

Treinador: José Gomes

Golos: Salvio (g.p., 21′), Rafa (50′) e Vinicius (60′)

Ação disciplinar: cartão amarelo para Alfa Semedo (12′), Salvio (35′), Galeno (38′), Gabrielzinho (52′), Samaris (79′) e Buatu (90+3′)

E com as trocas de peças, não são só os nomes que mudam, mas também a dinâmica: principalmente se o objetivo for voar até à vitória com as asas desequilibradas. O mesmo equivale a dizer que, à entrada para o jogo, era fácil antever um Benfica mais dinâmico e rotinado pelo flanco direito (com Salvio e André Almeida, habituais titulares) do que pelo corredor esquerdo (ocupado por Rafa e o estreante Yuri Ribeiro).

E foi o que aconteceu durante quase toda a partida, até ao momento em que as duas asas se cruzaram – muito por mérito de Salvio, que jogou e fez jogar, marcou e deu a marcar – e o equilíbrio pareceu restaurado, não fosse o Rio Ave abanar tudo novamente.

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Valeu ao Benfica a inspiração de um argentino que começou na direita, marcou da marca de grande penalidade e foi até ao meio fazer a diferença, para ultrapassar um Rio Ave capaz de ter a bola no pé e que nunca se deu por vencido.

Com tanta alteração em ambas as equipas, não foi de estranhar ver um início de jogo equilibrado, com dez minutos iniciais bem disputados e equilibrados. Galeno foi o primeiro a mexer na partida e obrigou Svilar a afastar a bola com uma palmada, antes de Seferovic obrigar Léo Jardim a uma intervenção notável que impediu o suíço de inaugurar o marcador de cabeça.

Com o passar do tempo, o Benfica ia impondo o seu jogo, colocando a bola no chão e procurando a velocidade de Salvio e Rafa nos flancos. Numa das diagonais do argentino para o meio, Pizzi fez um passe a rasgar e viu o extremo atirar para as mãos de Léo Jardim. Era apenas um aviso para o que aí viria: Seferovic foi derrubado no interior da área por Gabrielzinho, Rui Oliveira ainda hesitou, mas apitou para o castigo máximo, e Salvio, na conversão, não perdoou. 

Estava feito o 1-0 para a equipa da casa, que aproveitava um erro adversário para se colocar na frente do marcador e assim ganhar segurança e conforto, algo que parecia faltar nos primeiros 20 minutos. E mal a partida recomeçou, uma ideia ganhou forma: o Benfica não estava contente com o primeiro golo e queria acelerar para chegar ao segundo.

Mas o conjunto encarnado, embora a velocidade imposta nem fosse de cruzeiro, assemelhava-se por vezes a um avião com uma asa maior do que a outra. Resultado: invariavelmente tombava para um lado. Olhando para o flanco direito dos encarnados, via-se André Almeida e Salvio, habituais titulares rotinados e em forma neste início de temporada; no flanco oposto, Yuri Ribeiro estreava-se no lugar do veloz Grimaldo e Rafa ocupava a posição de Cervi, ágil desequilibrador em evidência no conjunto de Rui Vitória.

Sem grandes surpresas, era a asa direita dos encarnados, mais rotinada e com boas combinações, a desequilibrar a defesa vila-condense, com Rafa e Yuri Ribeiro (que até jogava contra a equipa que representou na temporada passada) a terem dificuldades para fazer o mesmo no flanco oposto.

E de onde saiu a última oportunidade do Benfica na primeira parte? Da direita, pois claro. Combinação no flanco, com Salvio a ganhar a linha de fundo e a cruzar atrasado para a entrada de Gedson Fernandes, que atirou ao lado do alvo, ficando a centímetros de levar os encarnados para o descanso com dois golos de vantagem.

À entrada para o segundo tempo, o Rio Ave podia agarrar-se a um dado estatístico positivo e pouco comum em formações visitantes no Estádio da Luz: dominava a posse de bola, com 56%. É verdade que, com ela, pouco perigo conseguiu criar, mas ter bola é o primeiro passo para a introduzir dentro das redes; restava a José Gomes arranjar forma de os seus jogadores fazerem algo melhor com ela, tendo a história a jogar contra si — em 13 vezes que saiu para o intervalo a perder contra o Benfica na Luz, apenas por uma não acabou derrotado.

Mas o técnico de Vila do Conde não podia ter visto os seus planos saírem mais furados: aos 50′, Salvio conduziu um contra-ataque rápido dos encarnados, fletiu para o meio e serviu Rafa, solto e descaído para a esquerda, com o português a atirar para nova celebração nas bancadas da Luz. 

Era o 2-0 para os encarnados, com o avião a funcionar em pleno, num lance iniciado na asa direita e finalizado na esquerda, com Rafa, contrariando quem o critica por falta de eficácia, a começar a segunda parte com um fôlego não visto durante toda o primeiro tempo.

Mas seria sol de pouca dura, já que o Rio Ave demoraria apenas dez minutos a reduzir e a relançar a partida, com Vinicius, avançado brasileiro emprestado pelo Nápoles (foi o segundo melhor marcador da II Liga na temporada passada ao serviço do Real Massamá), a aproveitar um cruzamento atrasado de Galeno para bater Svilar e deixar o resultado final do encontro em aberto.

Rui Vitória respondeu com a entrada de Samaris para o lugar de Alfa Semedo e a estreia do reforço Gabriel, que substituiu Pizzi, tentando dar frescura e consistência ao meio-campo encarnado. E por pouco que não apareceu o terceiro golo do Benfica, pouco depois, com Seferovic a ficar a centímetros do desvio certeiro, evitado por um corte providencial de Júnio Rocha.

Gelson Dala, entrado para o lugar do lesionado Galeno, tentou ter impacto no jogo e empatar, mas o remate forte do angolano terminou nas mãos de um seguro Svilar, que nada podia fazer, na última oportunidade da partida, não fosse o desacerto de Bruno Moreira: o avançado português apareceu ao segundo poste e cabeceou de cima para baixo como mandam as regras, mas a bola subiu demasiado depois de ressaltar no chão e passou por cima do alvo.

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