Angola implementou este mês o Sistema Geral de Divulgação de Dados Reforçado do Fundo Monetário Internacional (FMI), medida que foi saudada pela instituição financeira internacional, que salientou a importância do processo na definição da política económica.

Num comunicado, o FMI indica que o sistema visa melhorar a publicação de dados macroeconómicos oficiais referentes a Angola, particularmente através da Página Nacional de Síntese de Dados (NSDP), também referida por “central de dados” económicos, ou ainda e-GDDS.

O e-GDDS foi lançado pelo Conselho Executivo do FMI em maio de 2015, substituindo o GDDS, criado em 1997, com o objetivo de apoiar a melhoria da transparência dos dados, encorajar o desenvolvimento estatístico e ajudar a criar sinergias entre a disseminação de dados, formulação de políticas e assistência técnica.

A NSDP será postada na Plataforma Aberta de Dados (ODP) de Angola, providenciada pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), no âmbito do projeto ?Autoestrada da Informação Africana'”.

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Louis Marc Ducharme, coordenados do Departamento de Estatísticas e da Divulgação de Dados Económicos do FMI, citado num comunicado da organização, saudou a medida tomada pelas autoridades de Luanda, realçando que constitui um “passo em frente” para a divulgação de dados económicos.

“A publicação dos dados no NSDP constitui um bem público no apoio à transparência das informações, em benefício dos decisores políticos, investidores e do próprio público”, sublinhou Louis Marc Ducharme.

A 02 de outubro, num comunicado, o Ministério das Finanças angolano, garantiu que o sistema estaria operacional em Angola até fins de novembro.

Na ocasião, assumiu que a publicação dos principais dados macroeconómicos através da NSDP “facilitará aos decisores políticos, interessados domésticos e internacionais, incluindo investidores e agências de notação”, o acesso à informação que o Conselho Executivo do FMI identificou como sendo crucial para o acompanhamento da conjuntura económica e financeira do país.

Para o Ministério das Finanças angolano, tornar a informação mais acessível, em formatos que possam ser lidos tanto por pessoas como por computadores e mediante um calendário previsto de publicação, “permitirá que todos os utilizadores tenham acesso simultâneo a dados pontuais”, trazendo “mais transparência à informação e reduzindo os custos de Angola” na comunicação de dados a outros órgãos.

A decisão de avançar com a medida surgiu na sequência de uma diretiva de 2015 do Conselho de Administração do FMI, que enviou a Luanda uma missão específica entre 19 e 25 de setembro deste ano para ajudar a finalizar a operacionalidade do sistema.

Além de estar disponível no portal on-line do Ministério das Finanças – www.minfin.gov.ao -, haverá também uma ligação ao NSDP no Boletim de Normas de Divulgação de Dados (DSBB) do FMI – https://dsbb.imf.org, que reportarão as informações do próprio departamento governamental angolano, do Banco Nacional de Angola (BNA) e do Instituto Nacional de Estatística (INE) local.

O projeto do e-GDDS recebeu o apoio financeiro do FMI e do BAD, desconhecendo-se o montante envolvido.