O Semi da Tesla continua de vento em popa, ou seja, com uma série de protótipos nas mãos de clientes a transportar mercadoria em condições reais de utilização, isto depois de breves sessões de demonstração. O objectivo é satisfazer as preocupações das empresas, que verdadeiramente não querem saber se os seus camiões queimam gasóleo ou usam electricidade, preocupando-se exclusivamente com o custo por quilómetro a que obrigam.

Prevendo-se que a produção do Semi se inicie em 2019, a Tesla, que até agora só fabricava automóveis e ligeiros, vai saltar de um modelo de 2 toneladas para um capaz de transportar 36 toneladas. Os clientes até fazem fila e pagam 5.000 dólares para figurar entre os primeiros a receber o primeiro tractor eléctrico capaz de puxar um semi-reboque com a maior capacidade de carga, entre os que podem circular na estrada sem cuidados especiais.

A novidade é que, uma vez na mão dos clientes, os Semi têm de recarregar num curto período de tempo, pelo que os protótipos colocados ao serviço das empresas visitam as estações da Tesla e recorrem a cinco superchargers em simultâneo. Com uma potência de 120 kW cada, isto significa que o Semi exige 600 kW para alimentar as baterias num curto período. Isto porque a marca americana depende exclusivamente dos superchargers (120 kW), uma vez que os megachargers ainda não estão disponíveis. Estes serão capazes de assegurar entre 250 e 350 kW de potência, para alimentar as baterias mais depressa.

Paralelamente, a DHL, um dos maiores clientes do Semi, já veio a público afirmar que, apesar da Tesla ter afirmado que o Semi se pagaria a si próprio ao fim de 24 meses, segundo os seus cálculos, o veículo pesado atingirá break-even ao fim de apenas 18 meses, isto num modelo que é transaccionado por 180.000 dólares.

A confiança dos consumidores fez disparar as previsões de produção, que de início apontavam para apenas 500 unidades em 2019, valor que depois deveria aumentar para 5.000 unidades em 2020, 15.000 em 2021 e 20.000 em 2022. Sucede que, com o novo estado de espírito dos compradores, os objectivos da Tesla dispararam para 10.000 Semi em 2020, 50.000 em 2021 e uns impressionantes 100.000 veículos eléctricos pesados em 2022, o que representa um potencial de facturação de 18 mil milhões de dólares, quase tanto quanto a empresa vende de Model 3. Nada mau para um produto que nasceu longe de se assumir como o core business da Tesla.

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