A comunicação com Leonardo Mayer melhorava com o passar dos jogos, a parte tática continuava a evoluir em court e houve ainda pelo meio o primeiro dia de descanso desde que começou o torneio, por já não estar não nos singulares. Pareciam estar criadas todas as condições para que João Sousa escrevesse um pouco mais de história neste Open da Austrália e o português superou essas expetativas, tornando-se esta madrugada (início da tarde no horário local) o primeiro jogador nacional de sempre a conseguir alcançar as meias-finais do quadro de pares em Melbourne e num Grand Slam.  

Na Margaret Court Arena, João Sousa, que faz dupla como é habitual nos torneios do Grand Slam com Mayer, venceu os sextos cabeças de série em prova, o sul-africano Raven Klaasen e o neozelandês Michael Venus, por 6-4 e 7-6, com 8-6 no tiebreak, em pouco mais de hora e meia. Desta forma, a dupla luso-argentina conseguiu “vingar” a derrota que tinha sofrido nos oitavos de final do último torneio de Wimbledon, após uma maratona decidida apenas em cinco sets (parciais de 3-6, 6-7, 7-6, 7-6 e 3-6).

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Sousa e Mayer tornaram-se os primeiros a confirmar a presença nas meias-finais, aguardando o desenrolar dos outros três encontros relativos aos quartos de final do Open da Austrália em pares. No apuramento para o jogo decisivo, a dupla luso-argentina irá defrontar os vencedores do jogo que colocará frente a frente o britânico Jamie Murray – irmão mais velho de Andy Murray – e o brasileiro Bruno Soares (terceiros cabeças de série e vencedores do Open da Austrália e do US Open em 2016) com o finlandês Henri Kontinen e o australiano John Peers, 12.º cabeças de série e vencedores do Open da Austrália em 2017.

Mats Wilander: “O João Sousa tem aquele estilo de jogo que nunca sai de moda”

Único jogador do top 40 em singulares e pares ainda presente na competição, João Sousa já tinha na passada ronda igualado o melhor registo de sempre em termos pessoais e nacionais num Grand Slam, depois de ter alcançado em 2015 os quartos de final do US Open também com Mayer (derrota frente aos americanos Steve Johnson e Sam Querrey por 6-3 e 6-4). No Open da Austrália, Nuno Marques, então com o belga Tom Vanhoudt, chegou também aos últimos oito em prova no ano de 2000, caindo na altura frente aos australianos Mark Woodforde e Todd Woodbridge com os parciais de 6-3 e 6-2. Nos singulares, o vimaranense tem como melhor registo pessoal e nacional a quarta ronda alcançada no ano passado no US Open.

Sousa e Mayer tinham conseguido chegar pela primeira vez aos quartos de um Grand Slam em 2015, no US Open; agora superaram o registo

Nas rondas anteriores, Sousa e Mayer tinham começado por eliminar os espanhóis Feliciano López e Marc López (6-4, 6-7 e 6-3), seguindo-se nova vitória contra o espanhol Roberto Carballes Baena e o russo Andrei Rublev (7-6 e 6-3). Na terceira ronda, a dupla luso-argentina bateu o argentino Máximo González e o chileno Nicolás Jarry (6-3 e 6-4), que antes tinham afastado os primeiros cabeças de série, o austríaco Oliver Marach e o croata Mate Pavic, vencedores em 2018.

João Sousa está nos quartos em pares do Open da Austrália e iguala melhor registo de sempre

Recorde-se que, no quadro de singulares deste Open da Austrália, João Sousa tinha começado por vencer o argentino (e também companheiro de equipa em alguns torneios do circuito em pares) Guido Pella por 7-6, 4-6, 7-6, 4-6 e 6-2, ganhando a seguir ao alemão Philipp Kohlschreiber de novo em cinco sets (7-5, 4-6, 7-6, 5-7 e 6-4). Na terceira ronda, o português foi afastado pelo japonês Kei Nishikori, nono jogador do ranking mundial e oitavo cabeça de série, por 7-6, 6-1 e 6-2, igualando dessa forma os melhores registos que tinha alcançado no Open da Austrália, em 2015 e 2016.

João Sousa eliminado na terceira ronda do Open da Austrália por Nishikori