Foi a surpresa de Bruno Lage para o clássico das meias-finais da Taça da Liga. Salvio, Cervi e Zivkovic começaram o jogo do Municipal de Braga sentados no banco e foi Rafa, que regressou aos convocados no encontro de sexta-feira com o V. Guimarães depois de uma ausência de mais de um mês devido a lesão, que saltou para a titularidade. Quando sofreu uma rotura muscular na coxa, em jogo da Liga dos Campeões contra o AEK Atenas, o avançado português atravessava um bom período de forma e era provavelmente o melhor elemento dos encarnados.

O jogo do empurra onde o mais desequilibrado nunca caiu (a crónica do Benfica-FC Porto)

No verão de 2016, na ressaca da conquista do Europeu de França, Rafa Silva foi capa dos jornais desportivos portugueses dia sim, dia não. O então avançado do Sp. Braga tinha realizado uma época impressionante, marcando 12 golos em 50 jogos ao serviço dos bracarenses e afirmando-se como a peça chave e fulcral na equipa orientada por Paulo Fonseca. A transferência de Rafa para um “grande”, apesar de um Campeonato da Europa onde só foi recolher a medalha de campeão depois de parca utilização, era certa: se para FC Porto ou Benfica, ninguém sabia em concreto.

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O reforço Rafa Silva chegou ao Benfica com dois anos de atraso

Depois de uma novela que só terminou no primeiro dia de setembro, e de temporadas em que nunca conseguiu afirmar-se em defintivo entre as opções principais de Rui Vitória, Rafa tem cumprido uma época 2018/19 em que leva já nove golos em 23 jogos, o triplo daqueles que marcou no ano passado, e é cada vez mais a escolha primordial para acompanhar Jonas, Seferovic ou João Félix na frente de ataque do Benfica. Esta terça-feira, ficou na história de um clássico de má memória para os encarnados pelos melhores e os piores motivos: se marcou o golo do empate que deu alento aos benfiquistas ainda durante a primeira parte, foi também ele que, numa decisão muito criticada pelos encarnados da equipa de arbitragem, surgiu em posição de fora de jogo e anulou o lance que viria a dar golo de Pizzi nos descontos da primeira parte.

O extremo de 25 anos foi o principal timoneiro de um ataque encarnado que ganhou uma nova organização e uma nova força sob a orientação de Bruno Lage e estendeu o jogo de uma ponta à outra com incursões pelo corredor central que apanharam de surpresa Pepe e Felipe, deixando soltos e livres tanto Pizzi, sempre em movimentos interiores, como Seferovic, como João Félix. A velocidade de Rafa, aliada a um critério de passe e uma visão de jogo acima da média, voltam a colocar o extremo no lote de jogadores passíveis de convocatória por parte de Fernando Santos, assumindo-se ainda como uma das figuras de proa de uma segunda metade de temporada encarnada que se adivinha difícil e de tarefas de dimensões consideráveis, desde a corrida pelo Campeonato a uma meia-final da Taça de Portugal onde vai encontrar o Sporting, passando pela Liga Europa.