Com muitos fabricantes a sofrer devido às quebras nas vendas, ou em virtude dos enormes investimentos que têm de realizar para a electrificação dos seus motores, é bom verificar que há quem passe incólume por entre os pingos da chuva.

A McLaren é historicamente uma equipa de Fórmula 1 (F1) que, um belo dia, impulsionada pelo seu projectista na altura, Gordon Murray, decidiu aventurar-se enquanto construtor de automóveis, obviamente superdesportivos. O seu primeiro veículo foi o McLaren F1, mas desde então nunca mais parou, com os seus modelos a serem cada vez mais respeitados, batendo-se taco a taco com a Ferrari, estatuto que outros fabricantes, designadamente a Porsche, nunca conseguiram atingir.

E o mercado continua a dar-lhe razão. Optando por não se aventurar nos SUV, pelo menos para já – admitindo que se eleva a facturação e os lucros, não faz maravilhas à imagem da marca produzir modelos grandes, pesados e lentos –, a McLaren teve um 2018 excelente, atingindo um novo recorde de vendas. O incremento de 44% permitiu-lhe colocar no mercado 4.806 unidades, grande parte resultante de unidades fabricadas pela Sports Series, a sua divisão de produção de modelos sob encomenda. Os EUA são o maior mercado da McLaren, absorvendo cerca de 33% das vendas, com a China a assumir uma posição cada vez mais respeitável no ranking, especialmente em 2018, ano em que a procura cresceu 122%.

Para a McLaren, o caminho passa por produzir desportivos cada vez mais exuberantes, possantes e agressivos, ao invés de outras marcas, que produzem modelos que não passam de versões (com outros emblemas) de SUV de marcas generalistas, como acontece com a Porsche, por exemplo. Sendo que a McLaren tão pouco possui uma outra marca no grupo a quem possa recorrer para ter acesso a chassis e motores baratos.

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