“Esta é um remodelação que se impunha para que não haja qualquer confusão entre a atividade governativa e o período eleitoral que vamos viver para o Parlamento Europeu”, disse esta segunda-feira o primeiro-ministro, António Costa, depois de uma curta cerimónia em que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, deu posse a Nelson de Souza como ministro do Planeamento, a Mariana Vieira da Silva como ministra da Presidência e da Modernização Administrativa e a Pedro Nuno Santos como ministro das Infraestruturas e da Habitação.

Aos jornalistas, Costa garantiu que esta mudança não significa um novo Governo, mas uma continuidade. “Não temos um novo Governo, é o mesmo governo em funções desde 2015. Há uma alteração por dois dos nossos ministros serem candidatos ao Parlamento Europeu, temos que separar águas e acho isso saudável”, disse. Para depois explicar as escolhas que fez: “O país tem felizmente uma nova geração de pessoas muito bem qualificadas e preparadas em todos os domínios e temos que abrir oportunidade para que possam desenvolver as sua atividade”. “São pessoas que têm mostrado boa experiência quer a nível autárquico quer a nível governativo”.

Está feita a remodelação: Pedro Nuno Santos, Mariana Vieira da Silva e Nelson Souza sobem a ministros

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António Costa lembrou que quando se candidatou tinha uma agenda a médio prazo para o país. “O país não se constrói só na urgência do dia a dia. Temos que construir uma visão estratégica, não só responder aquilo que era necessário para reconstruir o país depois da crise, mas também deixar um país para o futuro, como um novo plano nacional de reformas, um novo programa nacional de investimentos, portanto uma visão estratégica do futuro”, disse António Costa, sem querer responder a perguntas se os planos futuros ficariam nas mãos do PS. “É uma decisão dos portugueses”, justificou.

“Moção visa mais os partidos à direita”

O primeiro-ministro também não se mostrou preocupado com  a moção de censura do CDS que conta com o apoio do PSD. “Não me compete fazer comentário político, é manifesto que esta moção visa menos o Governo e mais os partidos à direita e um certo reposicionamento do confronto com o Governo. O nosso papel não é concentrar-nos nisso, mas no que o país nos pede”, declarou, mostrando ser “natural”que o PSD “seja arrastado pelo CDS”.

Os três novos ministros, que assumiram as pastas das Infraestruturas e Habitação, da Presidência e do Planeamento eram secretários de Estado nesta remodelação do XXI Governo, a quarta a nível ministerial, que acontece após a escolha de Pedro Marques, até agora ministro do Planeamento e das Infraestruturas, para cabeça de lista do PS às eleições europeias de 26 de maio, formalmente anunciada no sábado. António Costa confirmou aos jornalistas que também Maria Manuel Marques, que até aqui era ministra da Presidência e da Modernização Administrativa também se vai candidatar ao Parlamento Europeu.

Ao nível das secretarias de Estado, assumiram também funções governativas Duarte Cordeiro, como Adjunto do primeiro-ministro e dos Assuntos Parlamentares, Maria do Céu Albuquerque, como secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, Jorge Moreno Delgado, Infraestruturas, e a Alberto Souto de Miranda, como Adjunto e das Comunicações.

Outros quatro secretários de Estado foram reconduzidos pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa: Tiago Antunes, secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, Luís Goes Pinheiro, Adjunto e da Modernização Administrativa, Rosa Monteiro, Cidadania e a Igualdade, e Ana Pinho, secretária de Estado da Habitação.