Dois dias depois de o advogado do juiz Neto de Moura ter anunciado que vai processar 20 figuras públicas, Bruno Nogueira (um dos nomes que surgem na lista) decidiu responder na sua crónica humorística na TSF.

No programa Tubo de Ensaio desta segunda-feira, o humorista declarou: “Há anos que eu ando a tentar construir uma carreira que me leve a ser processado por pessoas com valores morais apurados (…), e acabo processado pelo juiz Neto de Moura. Merecíamos melhor“.

[Oiça aqui o programa já partilhado por um utilizador do Youtube] 

Bruno Nogueira respondeu também ao facto de o juiz, protagonista de duas decisões polémicas em tribunal relacionadas com crimes de violência doméstica, considerar ter havido ofensas à sua honra pessoal e profissional, referindo que “o doutor juiz sente-se ofendido e, de facto, está no seu direito”, e acrescenta: “Se o senhor não se sentisse ofendido, provavelmente eu não estava a fazer bem o meu trabalho”; “eu também me sinto ofendido com o que o senhor escreve nos seus acórdãos”.

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No Instagram, o humorista já tinha dito que ia reagir à notícia “em sede própria”. No seu programa nas manhãs da TSF, as críticas foram mais longe, com Bruno Nogueira a dizer que “um homem forte de toga sente-se magoadinho por palavras ditas num Tubo de Ensaio, como se isso pudesse causar mais trauma num ser humano que uma mulher atingida várias vezes pelo marido e ex-amante com um pau com pregos”, numa alusão aos dois acórdãos decididos por Neto de Moura, sendo o mais recente aquele em que retirou a pulseira eletrónica a um homem condenado por violência doméstica que tinha furado o tímpano à mulher.

Juiz Neto de Moura vai processar humoristas, jornalistas e políticos

“Eu também posso dizer que um juiz que trai o Código Civil e usa o preconceito da Bíblia e até leis de 1886 não tem qualquer probidade moral nem para ser juiz, quanto mais para dar lições de moral seja a quem for”, disse Bruno Nogueira.

O humorista acrescentou ainda: Caso nos encontremos em tribunal, espero que seja perante um juiz que honre a sua profissão e não perante alguém como o senhor, que descobriu o fogo há quinze dias.posso garantir-lhe que não irei levar um pau com pregos para o agredir mesmo sabendo que isso me podia valer a absolvição.”