A aceleração das vendas de ativos por parte do Novo Banco, que por serem feitas a valores mais baixos levaram às perdas registadas no ano passado — que o Estado terá de compensar –, explica-se, em parte, pela exigência do regulador de que o banco “limpe” mais de metade do malparado que tem, neste momento, no balanço. O Jornal Económico escreve, esta sexta-feira, que o plano de redução dos ativos problemáticos do Novo Banco — que são 22,4% do total dos créditos — está em análise pelo BCE mas o Banco de Portugal quer que esse rácio baixe rapidamente para perto de 10%.

Esse é o nível máximo idealizado pelas regras da Autoridade Bancária Europeia (EBA). Vários outros bancos portugueses também estão acima mas o caso do Novo Banco é o mais desafiante, significaria baixar para menos de metade o “fardo” dos ativos não rentáveis, em relação à proporção atual. Citado pelo Jornal Económico, o Banco de Portugal indicou que “o rácio de NPL do Novo Banco é elevado e existe neste momento um agravamento das exigências regulatórias e de supervisão para a redução desse rácio, o que obriga a uma redução de ativos NPL”, ou non-performing loans, os tais empréstimos que estão em incumprimento.

Esta pressão do regulador está a ser uma das explicações para que o Novo Banco esteja a acelerar na venda destes ativos, tendo já sido esgotado cerca de metade do valor que o acionista (em 75%) Lone Star tem o direito de ir buscar ao Fundo de Resolução para compensar perdas neste determinado perímetro de créditos. O bom momento da economia e do mercado imobiliário também ajudam a explicar porque é que no ano de 2018 o Novo Banco acelerou na “limpeza” do balanço, vendendo os créditos em pacotes a investidores especializados e fundos de investimento.

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