A Disney concluiu, finalmente, o processo de fusão com a 21st Century Fox, que estava a ser preparado há mais de um ano e marca uma “mudança histórica” na indústria do entretenimento, escrevem os jornais norte-americanos. Na prática, esta transação — onde a Disney investe 71 mil milhões de dólares, equivalente a 63 mil milhões de euros — vai reunir na mesma empresa ativos (leia-se, personagens registadas) como os The Simpsons e o Star Wars, além da Cinderella e dos X-Men.

“Este é um momento extraordinário e histórico para nós, um momento que vai criar um valor significativo, a longo prazo, para a nossa empresa e para os nossos acionistas”, comentou o presidente da Disney, Bob Iger, assim que foi revelado que os reguladores tinham dado a aprovação formal a que o negócio pudesse avançar. “Unir a riqueza de conteúdos creativos e o talento com provas dadas tanto da Disney como da 21st Century Fox vai dar origem à empresa líder a nível global, na área do entretenimento, bem posicionada para estar na vanguarda de uma época incrivelmente dinâmica e em profunda transformação”, acrescentou o responsável.

Uma das primeiras consequências práticas é que este acordo deverá ser o ingrediente que faltava para que a Disney se sinta confiante no lançamento do seu próprio serviço de televisão por streaming, para concorrer com marcas como a Netflix e a HBO Now. O serviço, que poderá nascer no final deste ano, irá chamar-se Disney Plus, dando acesso a histórias como as do Deadpool e do Star Wars, além das animações da Pixar.

A Disney adquire um conjunto de ativos de cinema e televisão, incluindo os canais FX, o National Geographic e, também, a participação de 30% no serviço de streaming Hulu, que já concorre com a Netflix e poderá, desta forma, ficar mais próxima de chegar à Europa. A Fox Corporation — de Rupert Murdoch — vai continuar a existir, conservando as áreas de notícias (a Fox News) e o desporto, incluindo a Fox Sports.

Além da união de conteúdos, que torne mais provável alguém pagar uma subscrição mensal por conteúdos exclusivos, a fusão deverá, também, levar a poupanças operacionais — nesta fase, estima-se que a fusão possa levar à dispensa de 4.000 trabalhadores cujos postos de trabalho passam, com esta operação, a ser considerados redundantes. A certa altura, foi admitido que as perdas de postos de trabalho não seriam 4.000 mas, sim, quase 8.000 — “um banho de sangue”, comentou um analista de mercados à Hollywood Reporter.

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