Os chineses não começaram esta incursão pelos veículos eléctricos porque acham a solução o máximo, ou porque dominam a tecnologia como ninguém. Aquele que é hoje o paraíso dos carros eléctricos a bateria foi-o à custa de muitos subsídios, pois era forçoso melhorar a qualidade do ar nas grandes cidades, onde até já difícil ver o carro da frente, quanto mais os semáforos.

Perante as limitações à venda de veículos com motores a gasolina ou diesel, associadas a grandes incentivos aos modelos eléctricos, os clientes responderam dando preferência a carros a bateria, muitas vezes os únicos que podiam comprar. Mas agora que os preços estão em queda, fruto da concorrência, do aumento da produção e da redução do custo das baterias, o Governo achou que era altura de começar a poupar.

De acordo com a Bloomberg, veículos eléctricos com autonomia de 400 km vão ver os 50.000 yuan (6.600€), que até aqui recebiam de ajudas, reduzidos a metade.

Numa fase em que as vendas de carros eléctricos continuam a subir, apesar de as vendas totais estarem a cair consideravelmente, os responsáveis locais decidiram igualmente retirar todos os apoios a modelos que anunciem uma autonomia inferior a 400 km, obrigando os construtores, mesmo os dos veículos mais pequenos, a optarem por acumuladores de maior capacidade.

Esta decisão vai certamente causar alguma estranheza aos condutores chineses, habituados a comprar modelos eléctricos acessíveis, mas apenas porque as baterias que os equipavam era tão pequenas quanto baratas. Logo, limitadas a autonomias que raramente ultrapassavam 200 km. Duplicar esta autonomia para atingir a nova fasquia dos 400 km, e assim conseguir os incentivos, vai obrigar a indústria a algum esforço tecnológico. E os compradores também, só que financeiro.

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