O Governo venezuelano ordenou esta quinta-feira o regresso ao trabalho a partir de sexta-feira, mantendo, contudo, suspensas as atividades educativas, que estão paralisadas desde o apagão da passada segunda-feira. “O Governo bolivariano informa que amanhã, sexta-feira, 29, se reativam as atividades laborais em todo o país. Mantém-se a suspensão das atividades educativas a todos os níveis”, anunciou o ministro venezuelano de Comunicação e Informação na sua conta na rede social Twitter

Segundo Jorge Rodríguez, o Governo venezuelano encontra-se “no período de defesa e contra-ataque perante o atentado terrorista contra o sistema elétrico”. No Twitter, o ministro reenviou algumas mensagens do Presidente do país, Nicolás Maduro, uma delas em que apela ao povo para se manter “mobilizado e organizado para defender a paz, em cada palmo do território”.

No passado dia 7 de março, uma falha na barragem de El Guri (a principal do país) deixou a Venezuela às escuras durante uma semana. No entanto um novo apagão, que começou pelas 11h locais (15h em Lisboa) de segunda-feira, em várias zonas do sudoeste de Caracas, estendeu-se a outras áreas, sendo que duas horas mais tarde a cidade ficou toda às escuras, constatou a agência Lusa. Em comunicado, o Governo venezuelano explicou que na segunda-feira o Sistema Elétrico Venezuelano foi alvo de dois ataques terroristas, um deles um incêndio na barragem de El Guri.

Na Venezuela são cada vez mais frequentes e prolongadas as falhas no fornecimento de eletricidade, chegando a afetar a totalidade do território. O Governo atribui as falhas a atos de sabotagem de opositores apoiados pelo Estados Unidos, enquanto que a oposição acusa o regime de não fazer os investimentos necessários no setor e tem denunciado, desde há vários anos, falhas na manutenção e ausência de peças de reparação.

Desde 2005 que engenheiros elétricos alertam que o país poderia registar um apagão geral devido às condições precárias do sistema. Segundo a imprensa local, devido à crise política, económica e social, centenas de empregados da Corporação Elétrica Nacional da Venezuela (Corpoelec) abandonaram o país à procura de melhores condições no estrangeiro.

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