Sem Cristiano Ronaldo, ausente devido a lesão, a Juventus recebia o Empoli e Massimiliano Allegri abraçava os 16 pontos de vantagem em relação ao Nápoles e fazia descansar Bonucci, deixando perceber que a preocupação com a ausência do avançado português, pelo menos no que às competições internas diz respeito, era claramente ligeira. João Cancelo era titular na direita da defesa, Rugani ocupava o lugar vago ao lado de Chiellini e Dybala, à partida, formaria dupla atacante com Mandzukic. O problema surgiu quando o internacional argentino se lesionou durante o aquecimento e teve de ser substituído por Bernardeschi. Tudo somado, a Juventus ia começar um jogo sem Ronaldo, Bonucci e Dybala. Mas os 15 pontos de fosso davam espaço para uma compreensível tranquilidade em Turim.

Contra um Empoli que está atualmente a um ponto da zona de despromoção da Serie A, a Juventus realizou uma primeira parte sem qualquer energia ou vontade de chegar ao golo, como se estivesse a ser obrigada a jogar. Na verdade, e tal como Pep Guardiola explicou há uns anos quando ainda era treinador do Bayern Munique, Allegri atravessa neste momento um período de dificuldade na motivação do plantel da vecchia signora que, de forma explícita, tem noção de que será campeã italiana e já não quer desgastar-se de sobre maneira quando para a semana tem já a primeira mão dos oitavos da Liga dos Campeões contra o Ajax.

Na ida para o intervalo, os adeptos da Juventus pediam a entrada do jovem que passou a semana nas capas dos jornais italianos: Moise Kean, que marcou dois golos ao serviço da seleção italiana durante a pausa para os compromissos internacionais e já deixou perceber que está num nível de forma acima da média, só entrou na segunda parte para render Matuidi e acelerar um encontro que estava sem cafeína e a rumar a passos largos para o empate sem golos. O avançado de 19 anos, que brilhou nas duas ocasiões em que foi opção e Cristiano Ronaldo estava ausente (contra o Bolonha, para a Taça, e contra a Udinese), voltou a ter oportunidade de esticar a camisola, apontar para o nome que carrega nas costas e dançar, como já habituou as bancadas do Allianz Arena.

Moise Kean entrou aos 69 minutos, marcou aos 72. O jovem avançado aproveitou um passe de cabeça de Mandzukic e atirou de primeira e de fora de área para o primeiro da Juventus e o quarto da conta pessoal ao serviço da equipa principal dos bianconeri. A Juve ganhou, vai manter ou alargar a vantagem mais do que confortável para o Nápoles e Moise Kean mostra cada vez mais que não é necessária grande preocupação quando Ronaldo não está, quando Dybala não está ou quando Mandzukic não está. Afinal, tal como o miúdo italiano que perdeu a final do Europeu sub-19 para Jota e Trincão mostra sempre que marca um golo, ele está ali. Em três remates enquadrados na Serie A, marcou três golos.

Dois meses depois, o conto que se repete: Ronaldo no banco, Moise Kean a resolver e a Juventus a ganhar

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