A ex-ministra de Cavaco Silva Manuela Ferreira Leite reiterou esta terça-feira — no programa Pares da República, da TSF — que o antigo primeiro-ministro social-democrata “nunca nomeou para o Governo pessoas da mesma família“. Sobre o caso dos irmãos Beleza (Miguel e Leonor), Ferreira Leite disse que “qualquer um deles era ministeriável” e que “um só entrou quando outro saiu“. Efetivamente Miguel Beleza tomou posse como ministro das Finanças no dia em que a irmã, Leonor Beleza, abandonou o cargo de ministra da Saúde. Portanto, nunca coabitaram no Conselho de Ministros.

Ferreira Leite fecha, claramente, a sua observação no Conselho de Ministros. Há o caso de Diamantino Durão e Durão Barroso, que coabitaram no Governo, mas não à mesa do Conselho de Ministros. Quando Diamantino foi ministro, Barroso era apenas secretário de Estado. E quando Barroso sobe a ministro dos Negócios Estrangeiros, já o tio Diamantino Durão tinha abandonado o cargo de ministro da Educação há nove meses.

A ex-ministra de Cavaco Silva diz então que “não há comparação possível” entre os governos de Cavaco Silva e o governo de António Costa. Ferreira Leite defende que a solução não passa por alterações à lei. “Aquilo que se exige não é tanto uma legislação mas um escrutínio da capacidade, do currículo, das aptidões das pessoas que são escolhidas”, afirmou a antiga governante.

Manuela Ferreira Leite fez depois uma analogia para explicar o que defende: “Suponha que eu sou a secretária de Estado de um setor, onde tenho uma empresa de mel, tenho de ter ao pé de mim uma pessoa que perceba de colmeias, se a pessoa mais preparada do país, por acaso, for o meu primo vai ter que ser“. A antiga líder do PSD defende assim “um sistema em que todos possam ir jogo”.

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