Um protocolo entre a Câmara Municipal de Lisboa (CML) e a Associação dos Amigos dos Cemitérios de Lisboa (AACL) esteve no centro do debate na reunião pública da CML marcada para esta quarta-feira. Em causa estava a aprovação de uma cooperação que, segundo o jornal Expresso, pretendia atribuir à AACL autonomia para dinamizar iniciativas nos cemitérios da cidade (o semanário dá como exemplos exposições, concertos ou roteiros), bem como gerir o Centro Interpretativo do Cemitério dos Prazeres, entre outras competências.

O tema em debate ganhou outros contornos quando o vereador do PSD João Pedro Costa enumerou os nomes constituintes dos corpos sociais daquela associação, fundada em 2017: “Jorge Ferreira, fotógrafo de campanhas do PS e de eventos da Junta de Freguesia do Lumiar; Pedro Almeida, funcionário do PS no Parlamento; Inês César, sobrinha de Carlos César; a sua mãe, Patrocínia Vale César (deputada municipal do PS) e o seu pai, Horácio Vale César (irmão de Carlos César e ex-assessor de João Soares quando ele foi ministro da Cultura); João Soares; Diogo Leão, deputado do PS; Filipa Brigola, assessora do grupo parlamentar do PS. E podia continuar a elencar nomes”, referiu, citado pelo Expresso.

A enumeração, que revela que o “lóbi familiar socialista” — palavras do vereador do PSD — chegou inclusive aos cemitérios da capital, numa altura em que as relações familiares no Governo são alvo de controvérsia, prosseguiu mesmo quando Fernando Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, sugeriu adiar a proposta “para uma sessão pública”.

Segundo o Expresso, João Pedro Costa afirmou ainda que a AACL “já conta com 10 mil euros de apoio da Câmara de Lisboa, mesmo sem o protocolo ter sido aprovado”. A votação da proposta acabou por ser adiada.

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