O selecionador Hélio Sousa admite que Portugal, pelo seu passado recente, pode estar entre os candidatos a vencer o Mundial de futebol de sub-20, uma competição que, realça o treinador português, pode dar impulso à carreira dos jogadores.

“Acho que [Portugal] pode ser considerado [um dos favoritos], por tudo o que fizemos nos últimos anos. Este ano, fomos a primeira equipa no ranking de sub-19, vamos ter uma quarta presença consecutiva num Europeu de sub-19 e esta é a quinta presença consecutiva num Mundial de sub-20”, afirmou o técnico, de 49 anos, em entrevista à agência Lusa.

Tendo em conta as conquistas dos Europeus de sub-17, em 2016, e sub-19, em 2018, Hélio acredita que “é normal” que esta geração seja vista como favorita a erguer o troféu do Mundial de sub-20, que se disputa na Polónia, entre 23 de maio e 15 de junho.

“Com este historial, é normal que já nos considerassem favoritos a conquistar o Mundial, ainda mais tendo esta geração conseguido um feito único na Europa, ao conquistar dois Europeus. Isso eleva ainda mais a fasquia para nós”, referiu o treinador setubalense.

Portugal, campeão Mundial em 1989 e 1991, está inserido no grupo F, juntamente com Argentina, Coreia do Sul e África do Sul, sendo que a estreia será diante dos sul-coreanos, num encontro que Hélio Sousa diz ser “essencial” para as ambições lusas.

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“Estas competições são curtas. O primeiro jogo na fase grupos é essencial. É importantíssimo estarmos na fase seguinte da competição, para continuarmos à procura do máximo e de um sonho. Os três primeiros jogos é que nos poderão dar hipótese de conquistar algo mais”, transmitiu à Lusa.

Hélio Sousa alertou, contudo, para as dificuldades de um grupo que tem “dois vice-campeões das suas confederações”, Argentina e Coreia do Sul.

“A Argentina, por todo o historial que tem, é a equipa mais titulada em Mundiais de sub-20, tem uma geração com muita qualidade. A Coreia do Sul também tem uma excelente equipa, e a África do Sul representa o futebol africano, que é cheio de surpresas e com magia”, analisou.

Apesar de não se queixar da ausência de João Félix, o responsável pelos sub-20 admitiu que Portugal seria mais forte se contasse com o avançado do Benfica, tal como o seria “com o [Domingos] Quina, que não teve hipótese de ser opção, por lesão, e outros que foram bicampeões europeus, todos eles de inegável potencial e qualidade”.

“Fizemos as nossas opções e há muitos jogadores com muita qualidade. Muitos deles já conquistaram o seu espaço no futebol sénior, outros ainda procuram esse espaço. Tem sido uma geração em que tem havido uma luta grande para conseguirem um espaço aqui connosco”, salientou.

Campeão mundial de sub-20 por Portugal em 1989 enquanto jogador, Hélio Sousa disse que essa conquista na Arábia Saudita “obrigou os clubes a olharem mais para dentro”, sublinhando que estas competições ajudam os jovens atletas a terem visibilidade.

“Estes momentos servem para um ganho de estatuto, particularmente quando se está nos momentos decisivos destas competições. É muito valorizador para todos os envolvidos no nosso futebol”, disse o treinador, que, após o Campeonato do Mundo, vai assumir o comando da seleção principal do Bahrein, encerrando uma ligação de quase uma década à Federação Portuguesa de Futebol.

A seleção portuguesa estreia-se no Mundial de sub-20 em 25 de maio, contra a Coreia do Sul, seguindo-se os embates com a recordista de troféus (seis), Argentina, no dia 28, e África do Sul, em 31, sendo que os três encontros serão disputados em Bielsko-Biala.

Os dois primeiros classificados de cada um dos seis grupos e os quatro melhores terceiros seguem para os oitavos de final.