Em 2018 o Estado português gastou 473 milhões de euros em custos com análises clínicas e exames realizados por entidades privadas. A notícia avançada pelo jornal Público dá conta deste aumento de 5,3% em relação ao ano anterior, subida essa que entre 2015 e 2017, por exemplo, se deu à média de 2,3% por ano.

Segundo fonte do diário na Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) — que foi quem confirmou e quantificou este aumento –, áreas como as análises clínicas, a medicina física e de reabilitação e a radiologia foram as áreas que mais pesaram nas contas e tudo indica que este cenário se manteve pelo menos durante os dois primeiros meses de 2019, já que pelo menos até fevereiro os custos com análises já superava os 84 milhões.

Tudo quantificado, essas três categorias somaram cerca de 80% do total dos encargos com exames e análises, havendo faturas de 176,4 milhões de euros na área das análises clínicas, mais de 107 milhões de euros na radiologia e cerca de 100 milhões na área de medicina física. No total, de acordo com o que a ACSS confirmou ao Público, mais de 90% dessas requisições foram emitidas por centros de saúde.

O Relatório Anual Acesso a Cuidados de Saúde nos Estabelecimentos do SNS e Entidades Convencionadas 2017 (que foi publicado em 2018 pela ACSS) mostra os encargos desde 2010 e revela os gastos de 2018 foram os maiores dos últimos nove anos — e não contempla despesas na área da diálise e do programa de gestão de inscritos para cirurgia (Sigic).

Um dos principais objetivos do Governo é a redução destes encargos e já em 2017 o ministro da Saúde da altura, Adalberto Campos Fernandes, afirmava que a intenção do executivo era internalizar este tipo de serviços , admitindo que os hospitais pudessem criar centros integrados de diagnóstico e terapêutica, mediada que permitiria poupar cerca de 20 milhões de euros. Chegou a ser anunciado um centro integrado de diagnóstico associado ao parque de saúde Pulido Valente, que serviria todos os hospitais e centros de saúde da região de Lisboa e Vale do Tejo. O ministério da Saúde canalizou 4 milhões de euros para esse projeto mas o mesmo ainda não foi executado.

A negociação com as entidades que prestam esse serviço ao SNS foi outra variante escolhida para atenuar os custos e o mesmo Relatório refere que foi possível garantir “descontos e reduções de preços que podem variar entre os 2% ou 3,5% consoante as áreas da prestação de cuidados envolvidas e as condições acordadas”.

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