“A 5.ª edição do Open House Porto [OHP] vai ser uma grande festa da arquitetura” que, em 48 horas, vai abrir as portas de 70 espaços – entre casas privadas, infraestruturas, espaços comerciais ou equipamentos culturais –, espalhados pelas cidades do Porto, Matosinhos e Vila Nova de Gaia, anunciou esta quarta-feira, em conferência de imprensa, o diretor da Casa da Arquitetura, Nuno Sampaio.

Segundo Nuno Sampaio, a 5.ª edição do OHP, evento organizado e produzido em exclusivo pela Casa da Arquitetura – Centro Português de Arquitetura, é “talvez a mais exigente” de todas as edições anteriores, onde 53% dos 70 espaços incluídos no roteiro vão abrir as portas ao público pela primeira vez.

A Casa Roberto Ivens do século XIX (antiga casa da família do arquiteto Álvaro Siza), o Farol de Leça da Palmeira, os Silos de Leixões ou a casa-pátio de Eduardo Souto de Moura (1999) são alguns dos espaços escolhidos para abrirem portas, em Matosinhos.

No Porto, os espaços que vão abrir as portas para o OHP variam entre um consultório de psicanálise na Avenida da Boavista, a residência universitária Campo Alegre, o Clube Feniano Portuense e Hotel Tipografia do Conto, entre outros.

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O Mosteiro e o Quartel da Serra do Pilar, a Torre Altice, a Casa da Imagem ou as Caves Cockburn’s e a Casa Bordic também abrem as portas no âmbito do OHP, um evento que, nos últimos quatro anos, recebeu “quase 100 mil visitas”.

Pela primeira vez, o Coliseu do Porto faz parte do programa da Open House, com duas visitas guiadas, dia 29, às 10h e às 11h. As visitas são limitadas a 25 pessoas e o acesso faz-se por ordem de chegada.

Na primeira edição, em 2015, o OHP registou 10.870 visitas em 42 espaços de portas abertas.

O roteiro do OHP 2019 nas cidades do Porto/Matosinhos e Gaia é dedicado ao tema “Vida Interior”, propondo uma “viagem pelos lugares de interioridade, desvelando muitas casas, palácios, bairros, alguns monumentos”, bem como propõe “entrar na cidade e penetrar nos seus segredos”, lê-se no dossier de imprensa distribuído aos jornalistas.

Nesta edição da Open House, evento criado em Londres (Reino Unido) há quase 30 anos, 44% dos 70 espaços selecionados são de habitação, 37% são de equipamento, 12% são de comércio de serviços e, 7%, infraestruturas.

Estão previstas 189 visitas comentadas por 107 especialistas, com o apoio de 300 voluntários, no OHP comissariado, este ano, pelos arquitetos Joana Couceiro e Nuno Valentim Lopes.

Para Joana Couceiro, o fim de semana de 29 e 30 de junho vai ser “especial”, com a arquitetura “exposta de forma gratuita durante dois dias”, e com o público a “poder olhar para a intimidade dos outros”.

Nuno Valentim acrescentou, por seu turno, que nesta 5.ª edição se procurou também abrir as portas em espaços localizados mais no interior dos concelhos ou nas margens dos concelhos, para não ser apenas nos grandes centros.

Open House é um evento internacional de promoção da arquitetura e património edificado, criado em Londres por Victoria Thorton, que se estende atualmente a mais de 45 cidades de todo o mundo.

Tem como objetivo dar a conhecer e estimular o interesse pela arquitetura de excelência, através de visitas gratuitas a edifícios das mais variadas épocas e tipologias, selecionados pela relevância arquitetónica e histórica, explica a organização.

Os visitantes podem optar por três tipos de visitas, que podem ser livres, acompanhada por voluntários e comentadas por especialistas.

A maioria dos espaços não exige marcação prévia e as visitas, gratuitas, são realizadas por ordem de chegada dos participantes.

À margem desta edição, está agendado o Caleidoscópio, um programa dedicado a famílias e crianças de diferentes idades, como, por exemplo, a iniciativa “Grande Corrida da Arquitetura”, onde há um itinerário especial por 15 espaços selecionados do Open House Porto, com enigmas, desafios, desenhos e escrita, onde se vai descobrir histórias das cidades e o que a arquitetura pode oferecer.