As bolsas de doutoramento vão passar de 1.500 para “1.800 ou 1.900”, anunciou esta quarta-feira a presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), Helena Pereira.

“Temos 1.500, pensamos ir aumentar para 1.800 ou 1.900 bolsas de doutoramento”, disse Helena Pereira, que falava na sessão de encerramento do encontro “Ciência 2019”, que juntou milhares de participantes de segunda-feira até hoje, entre investigadores, empresários e alunos de doutoramento.

No curto discurso que marcou o final do encontro Helena Pereira afirmou que tinha uma boa notícia para dar e explicou a seguir que o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, com o ministro do Planeamento, Nelson de Souza, estão a trabalhar para, com fundos estruturais, aumentar as bolsas de doutoramento.

Atualmente são cerca de 1.500 as bolsas de doutoramento e segundo a responsável aumentarão em 300 ou 400.

“As bolsas de doutoramento constituem o pilar do nosso sistema e representam o garante de que vamos ter novos e empreendedores cientistas em Portugal”, disse Helena Pereira.

As bolsas apoiam investigadores que pretendam desenvolver trabalhos de investigação para a obtenção do grau académico de Doutor e o anúncio foi recebido com palmas.

No discurso a responsável fez um balanço do último ano na área da Ciência e Tecnologia, falou dos projetos concretizados ligados ao espaço, mas também ao oceano Atlântico, e disse que o próximo ano vai ser de concretização do sistema.

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“Acabámos o processo de avaliação das unidades de investigação, tivemos o emprego científico que pôs no sistema muitos investigadores, foram criados os laboratórios colaborativos, e também estamos a preparar o concurso” sobre a atribuição do estatuto de laboratórios associados, disse também.

O secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, João Sobrinho Teixeira, que encerrou a “Ciência 2019”, lembrou que o Reino Unido foi o país convidado dos três dias e disse que o ministro Manuel Heitor deverá incrementar a colaboração quando da visita ao país, no próximo dia 18.

O aumento da cooperação, disse o governante, estará na base também da visita do ministro da Ciência e Tecnologia da China, que está em Portugal nas próximas quinta e sexta-feira.

Sobrinho Teixeira salientou a importância de se produzir ciência e conhecimento, que aumenta o bem-estar da humanidade. A qualidade do vinho e do calçado que se produzem em Portugal acontece hoje graças ao conhecimento, exemplificou o responsável.

Nos próximos anos, disse, Portugal estará no patamar dos líderes da inovação, com o conhecimento a ser uma matéria de exportação.

O encontro que terminou nesta quarta-feira juntou milhares de pessoas e foi organizado pela FCT, em colaboração com a Ciência Viva – Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica e comissão parlamentar de Educação e Ciência, contando com o apoio institucional do Governo através do ministro da Ciência.

A edição contou com sessões temáticas paralelas, a cargo de cientistas, e sessões plenárias, com oradores convidados nacionais e estrangeiros, incluindo britânicos.

Além das metas globais da ONU para 2030 debateram-se as comemorações dos 100 anos da União Astronómica Internacional e as observações do eclipse solar que validaram a Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein, os 50 anos da chegada do Homem à Lua, os 500 anos da viagem de circum-navegação de Fernão de Magalhães, ou ainda os 150 anos da Tabela Periódica dos Elementos Químicos de Mendeleev.

E ainda foram premiados projetos de jovens, um deles, o vencedor, sobre microtoxinas.