A Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) adquiriu, para o Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, uma espada, uma insígnia, um conjunto de talheres de prata e um retrato que pertenceram ao rei D. Miguel, anunciou esta quinta-feira aquele organismo.

O “importante conjunto” de quatro peças para o Tesouro Real do Palácio Nacional da Ajuda foi comprado a um privado por 250 mil euros, de acordo com a DGPC num comunicado divulgado.

“Considerando a proveniência deste relevante conjunto de obras, o seu contexto histórico de suporte e inquestionável qualidade artística, entende-se que esta aquisição contribui para a valorização das coleções do património nacional e, em particular, do acervo do Palácio Nacional da Ajuda”, lê-se no comunicado.

Do lote de quatro peças, a DGPC destaca a espada de aparato do rei D. Miguel e respetivo talim, “uma obra de inquestionável singularidade, qualidade estética e artística, que em muito enriquecerá o Tesouro Real e a sua futura exposição na ala poente do Palácio da Ajuda.”

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A espada “fez parte do lote de peças do espólio de D. Miguel, depositado no Banco de Portugal em 1834 e posteriormente reclamado pelos seus herdeiros num processo que se arrastou por cerca de cem anos”.

“Só em 1943 viria a ser realizado um leilão privado entre os dois ramos de herdeiros visando os bens depositados”, refere a DGPC.

Além da espada, o lote inclui a insígnia da Ordem Militar de Nossa Senhora da Conceição de vila Viçosa, do rei D. Miguel, em ouro e esmalte, um conjunto de quatro talheres de prata do Real Tesouro, provenientes da herança da infanta Ana de Jesus Maria, e um retrato inédito da infanta Maria Francisca de Bragança (1800-1834), irmã de D. Miguel, assinado e datado “António Joaquim de Paula Desenhou. anno de 1828”.