Foi no final de Novembro do ano passado, num evento à margem do Salão de Los Angeles que a Rivian apresentou a “Tesla das pick-ups”, a R1T, um modelo incrível do ponto de vista das especificações, sobretudo se tivermos em conta o preço pelo qual vai ser comercializada. Por valores a partir de 69 mil dólares (cerca de 62 mil euros), antes de incentivos governamentais, o construtor norte-americano liderado por R.J. Scaringe oferece uma pick-up com quatro motores eléctricos (um por roda), que totalizam a módica potência de 710 cv, capazes de impulsionar o veículo de 0 a 100 km/h em escassos 3 segundos. Ou seja, ao nível dos melhores desportivos do mercado. E, como se isso não bastasse, com uma autonomia estimada em 640 km – mas sob o ciclo EPA, mais exigente que o “nosso” WLTP – cortesia do recurso a um pack de baterias de 180 kWh.

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Agora que arrancou a produção em Normal (Illinois, EUA), numa fábrica que era da Mitsubishi, surgiu um vídeo que se diz ter sido produzido pela agência de publicidade da Rivian, onde se vê a R1T a girar sobre ela própria, como se de um tanque se tratasse. Manobra de marketing ou não, a verdade é que um mês antes de ter apresentado ao mundo a sua pick-up, a 24 de Outubro de 2018, a Rivian tratou de registar no Departamento de Marcas e Patentes dos Estados Unidos os termos “Tank Turn” e “Tank Steer”.

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Visualizando o vídeo, é exactamente isso que a pick-up faz num piso de terra: a R1T roda sobre o eixo vertical do veículo, o que não deixaria de ser uma preciosa ajuda nas manobras, atendendo às generosas dimensões deste modelo da Rivian (mais de 2 metros de largura e 5,5 de comprimento). Como é que este “revolucionário” truque, que só estamos habituados a ver em manobras de guerra, pode funcionar? O trunfo estará no funcionamento independente da unidade eléctrica que actua sobre cada roda. Com quatro motores para cada uma das rodas, basta conceber um software que ordene às rodas da esquerda para girarem para trás e às rodas da direita para executarem o movimento oposto. Et voilà!

A confirmar-se esta funcionalidade na R1T – e foram já vários os responsáveis da marca que aventaram essa possibilidade –, é de esperar contudo limitações, com Brian Gase, da Rivian, a ter avançado que este recurso estará apenas disponível em pisos de terra ou gravilha, para não esforçar o material.

De recordar que o Rimac C-Two, porque também controla de forma independente cada um dos motores, consegue gerir o torque em cada uma das rodas, melhorando assim a eficácia em curva.