A principal força da oposição polaca designou esta terça-feira a ex-presidente do Parlamento, Malgorzata Kidawa-Blonska, candidata ao cargo de primeira-ministra, numa tentativa para garantir a vitória nas legislativas de 13 de outubro face aos conservadores nacionalistas.

Este anúncio, que constitui uma surpresa, foi divulgado aos media por Grzegorz Schetyna, chefe do partido centrista Plataforma cívica (PO), um dos líderes de uma coligação eleitoral (KO) que agrupa diversas formações que se opõem ao partido conservador nacionalista Direito e Justiça (PiS) de Jaroslaw Kaczynski, no poder na Polónia.

A generalidade das sondagens atribui a vitória eleitoral ao PiS, geralmente creditado com cerca de 40% das intenções de voto, face ao KO com cerca de 25%, e à Lewica, uma coligação de esquerda creditada com 12%.

Algumas sondagens também admitem que o partido camponês PSL e uma coligação de diversos grupos da direita nacionalista podem atingir a barreira mínima dos 5% que permite representação parlamentar.

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Licenciada em filosofia, 62 anos, próxima da indústria cinematográfica, Kidawa-Blonska iniciou a atividade política no PO de Donald Tusk, um ex-primeiro-ministro polaco e presidente cessante do Conselho europeu.

“A Polónia merece ser um país sem ódio”, declarou esta terça-feira na sua primeira intervenção, e quando a clivagem entre o campo conservador nacionalista, no poder desde 2015, e o setor centrista e de esquerda se tornou numa realidade permanente.

O PiS beneficia de um forte apoio, em grande medida devido ao seu vasto e dispendioso programa de ajudas sociais, aplicado num contexto de conjuntura económica positiva, mas também devido ao seu discurso anti-LGTB e à conivência da poderosa Igreja católica da Polónia.

Na perspetiva da União Europeia, numerosas reformas aplicadas pelo poder, em particular no domínio da Justiça, constituem uma ameaça ao Estado de direito na Polónia e implicaram procedimentos de infração dirigidos ao país da Europa central, e ainda a um processo contra Varsóvia apresentado no Tribunal de justiça da UE.