Houve três novos iPhone, um inesperado iPad, datas e preços para o arranque dos novos serviços de subscrição de vídeo e videojogos e um smartwatch que desiludiu. Pode parecer muito, mas como canta Sérgio Godinho, o evento anual da Apple soube-nos a pouco. Não houve espaço para um “e só mais uma coisa…”, momento que Steve Jobs (e também Tim Cook) utilizava para revelar uma novidade extra na reta final do evento nem detalhes mais arrojados nos equipamentos — além da dupla e tripla câmara traseira que acompanha os novos modelos do iPhone. De resto, as mudanças nos equipamentos pouco surpreenderam pela inovação, como prometia a Apple no convite para o evento.

Em cinco pontos, leia as novidades com as quais a marca da maçã quer entreter os fãs nos próximos meses.

Três novos smartphones iPhone e a introdução das “Slofies”

Não há duas sem três. E foi este o número de novos modelos iPhone que a Apple apresentou esta terça-feira. Para substituir as versões Xr, Xs e Xs Max, introduzidas em 2018 pela empresa de Cupertino, a Apple divulgou o iPhone 11, o iPhone 11 Pro e o iPhone 11 Pro Max. Apesar de, nos EUA, o preço começar nos 699 dólares (cerca de 633 euros, sem impostos), em Portugal o modelo mais barato, o 11, começa nos 829 euros (com IVA).

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As primeiras imagens dos três novos iPhone: 11, 11 Pro e Pro Max

O iPhone 11: duas lentes e seis cores diferentes

Comecemos pelo iPhone 11 que, como demonstra o nome, é o novo modelo base dos smartphones da Apple. Este pode ser o sucessor do Xr, o antigo modelo de entrada topo da gama da empresa que — ao contrário dos modelos Xs e Xs Max — continua a estar disponível para compra para os fãs da maçã (os restantes modelos já não se encontram para venda no site oficial). À semelhança dos outros modelos, o iPhone 11 vem equipado com o novo processador A13 Bionic que, segundo o que foi apresentado, é o processador mais rápido do mercado dos smartphones atualmente. Este modelo vai estar disponível em encarnado, branco, roxo, verde, amarelo e preto e em versões de 64GB, 128GB e 256GB.

[O vídeo de apresentação do iPhone 11]

O que é que este iPhone traz de novo? É resistente à água e a choques, o ecrã de 6,1 polegadas agora é de retina (melhor qualidade do que o Xr) e a bateria aguenta mais uma hora do que o antecessor (que tinha uma autonomia de cerca de 24 horas). Além disso, com a nova dupla câmara traseira que tem uma lente grande angular (permite maior amplitude de imagem), a Apple promete fotografias em ambientes escuros que poderão fazer concorrência aos topos de gama das marcas rivais, como o P30 Pro da Huawei e o Note 10 da Samsung, que de momento têm as melhores câmaras fotográficas.

A Apple promete que as câmaras filmam a 4K (o último grito na qualidade de imagem para este tipo de dispositivos) e a 60 frames por segundo, ou seja, aparecem 60 imagens por segundo. Neste modelo, a Apple introduz também um novo conceito na marca, “as Slofies”, ou “selfies em câmara lenta” em vídeo. Isto porque a câmara frontal pode gravar vídeos em câmara lenta pela primeira vez.

Os iPhones 11 Pro e 11 Pro Max: três lentes e mais 4 horas de bateria

Os modelos Pro têm agora este nome, como os modelos mais avançados do Macbook ou dos iPad porque, como disse em palco Phil Schiller, vice-presidente de marketing da Apple, foram feitos a pensar nos utilizadores mais exigentes, “mesmo que não sejam Pro”. Entre o Pro Max e o Pro, as únicas diferenças estão no tamanho do ecrã e autonomia da bateria. O Max Pro tem um visor de 6,5 polegadas, enquanto o Pro tem um de 5,8. Já quanto à bateria, o modelo Pro tem capacidade para mais 4 horas em relação ao Xs, e o iPhone Pro Max consegue aguentar mais 5 horas do que o Xs Max, diz a empresa.

Quanto ao que é igual, os dois modelos utilizam a tecnologia Super Retina XDR para mostrarem imagens bastante nítidas e, relativamente ao design, mantém também o notch — ou entalhe — no topo do visor. O reconhecimento facial foi melhorado, podendo agora funcionar de qualquer ângulo (para desbloquear não é preciso pôr o telemóvel em frente à cara). Quanto à câmara traseira, foi aqui que a marca apresentou o detalhe mais arrojado dos novos modelos: uma tripla câmara traseira (com três lentes). Duas das lentes são grande angulares (uma grande grande angular e outra só grande angular) para que as fotografias tenham maior amplitude, e uma lente normal, também de 12 megapíxeis como as outras duas. Além disso, estes modelos podem filmar também com qualidade 4K e a 60 frames por segundo.

O modelo Pro tem um preço inicial de 1179 euros e o 11 Pro Max de 1279 euros. Os smartphones vão estar disponíveis a partir de 20 de setembro com versões de 64GB, 256GB e 512GB de capacidade e em cinzento, prateado, verde e dourado (o que acaba por ser quase irrelevante porque devem precisar de uma capa para não se partirem).

Um iPad com ecrã de retina

Praticamente, afirmámos que a Apple não ia apresentar um novo iPad neste evento, mas não foi isso que aconteceu. Não foi apresentado um modelo com ecrã de canto a canto, como os modelos Pro, nem nenhuma característica disruptiva no mercado, mas há um novo tablet na Apple — chama-se só iPad e mantém o botão de menu. A empresa quer ter este dispositivo com ecrã de 10,2 polegadas como a versão base para o novo sistema operativo que vai disponibilizar só para este tipo de equipamentos, o iPad OS. Este será um misto de capacidades do iOS, o software móvel da Apple, com OSx, que utiliza nos MacBook.

O novo iPad tem um ecrã de retina para melhor qualidade de imagem e foi feito também a pensar na Apple Pen, a caneta digital da empresa. Ainda não tem data de lançamento.

Um smartwatch que continua a não cativar na bateria

Podíamos escrever aqui imensa coisa sobre o novo smartwatch da Apple, o Series 5. A empresa pode ter dedicado um bom tempo do evento a falar desta atualização no relógio inteligente, contudo, as verdadeiras melhorias são apenas duas: agora tem uma bússola incluída e o ecrã que pode estar sempre ligado. A sério, é isto. Não há uma bateria maior ou um modo de registo de sono, como diziam os rumores. Pode haver versões em cerâmica e a expectativa de que o Apple Watch com o novo sistema operativo dedicado que a Apple criou possa ser melhor, mas os modelos antecessores vão também receber esta atualização.

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A Netflix da Apple, o TV+, por 4,99 euros por mês

O serviço de streaming de vídeo com que a Apple quer concorrer com a Netflix, Amazon Prime e HBO — o Apple Tv+ — tem estreia marcada para 1 de novembro e vai custar 4,99 euros por mês (tem um período experimental gratuito de sete dias). Tim Cook já tinha revelado que o serviço teria produções originais da Apple, que foram confirmadas esta terça-feira, e que contarão com a colaboração de nomes como Steven Spielberg, J.J. Abrams, Sofia Coppola, M. Night Shyamalan, Ron Howard, Octavia Spencer, Reese Witherspoon, Damien Chazelle, Jennifer Aniston, Rashida Jones, Brie Larson e Oprah Winfrey.

Na apresentação que decorreu no Steve Jobs Theatre, ficámos a conhecer mais em detalhes sobre produções como a “The Morning Show”, que tem a Jeniffer Aniston e Steve Carrel como protagonistas, a “See”, que tem Jason Momoa no papel principal e outras como “Dickinson” e “For All Mankind”. Há também espaço para “Snoopy”, “A Rainha Elefante”, “Helpsters”, “Escritor Fantasma”, Servant”, entre outros. O Apple Tv+ vai ter novos conteúdos Apple originais todos os meses, sem publicidade e permite acesso a cinco familiares. Quem comprar um iPhone entretanto terá direito a um ano de subscrição deste serviço grátis.

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Netflix dos videojogos da Apple, o Arcade, a partir de 19 de setembro

Também em março, a Apple anunciou um serviço de subscrição mensal de videojogos, o Apple Arcade, que vai disponibilizar mais de 100 jogos novos e exclusivos da Apple. Estes jogos vão estar integrados na Apple Store e disponíveis em iPhone, iPad, iMac e Apple TV, quer o utilizador esteja online ou offline. Podem ser partilhados com os restantes membros da família, sem custos adicionais. Esta terça-feira, ficámos a saber que o serviço fica disponível a 19 de setembro e vai custar 4,99 euros por mês, após um período experimental de 30 dias.

O Apple Arcade não vai ter publicidade nem custos adicionais, os utilizadores podem começar um jogo num dispositivo e terminá-lo noutro e é compatível com a funcionalidade “Tempo de ecrã” e controlos parentais.