A União Geral de Trabalhadores (UGT) está “disposta a sentar-se” e a discutir a proposta das associações patronais em mexer no Fundo de Compensação do Trabalho para aumentar salários, mas recusa a suspensão do pagamento. À Rádio Observador, Sérgio Monte, secretário-geral adjunto da UGT, referiu que a discussão pode ser feita, desde que seja “com propostas concretas”.

A reação surge depois de o jornal Público noticiar este sábado que os patrões querem utilizar o fundo de compensação salarial, que garante o pagamento de indemnizações a trabalhadores e que já conta com mais de 363 milhões de euros, como contrapartida para o aumento dos salários e vão propor essa ideia ao Executivo de António Costa.

As propostas ainda não estarão fechadas e começaram a ser debatidas esta semana. António Saraiva, presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), explicou à Rádio Observador que o valor do fundo “é apetitoso” e “para qualquer ministro das Finanças, como já o hábito demonstrou com outros valores, começa a ser muito apetecível”.

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Já ao Público, António Saraiva sugeriu a suspensão temporária deste fundo que diz ir-se acumulando. “Suspenda-se a contribuição durante um tempo. Não queremos acabar com a contribuição, mas, por exemplo, suspender e depois passar a contribuição de 1% para 0,3%”, indicou. Neste parâmetro, a UGT rejeita a hipótese da suspensão.

Atualmente, as empresas descontam 1% da remuneração dos trabalhadores destinada a estes fundos. “O dinheiro é das empresas e, como é das empresas, é às empresas que ele deve regressar em parte”, referiu ainda António Saraiva.

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