Recuando à temporada de 2011/12, quando o PSG foi comprado e Nasser Al-Khelaifi assumiu a presidência, o clube ficou na fase de grupos da Liga Europa e terminou o Campeonato na segunda posição, falhando a conquista dos outros troféus em que estava inserido. Estava a começar uma nova era, onde os parisienses, com investimentos sem comparação em termos internos, ganharam seis Ligue 1 em sete épocas e várias outras competições. No entanto, o maior objetivo de todos era a glória europeia. Que ficou nos quartos em 2013, 2014, 2015 e 2016, que nem sequer passou dos oitavos em 2017, 2018 e 2019 – e que levou a constantes trocas de treinadores. Nesse lapso, o Real foi quatro vezes campeão europeu e chegou duas vezes às meias. Mas quem era agora mais forte?

Em condições normais, e até pelo currículo na Liga dos Campeões apesar da queda surpreendente nos oitavos em 2019 frente ao Ajax, o Real Madrid. No entanto, foi dos jogadores do PSG que mais se falou ao longo da semana. De Keylor Navas, um guarda-redes ainda muito querido no Santiago Bernabéu e que tinha renascido com a passagem para os franceses. De Cavani, aconselhado pelo pai para rumar a outro clube caso tivesse ambição de ganhar a Liga dos Campeões. De Di María, ex-jogador dos merengues que se tem destacado nos principais jogos da época. De Neymar, a antiga referência da equipa que brilha cada vez menos na cidade luz. Inevitavelmente, de Mbappé.

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“Conheço Mbappé há muito tempo e estou apaixonado por ele. Primeiro como pessoa porque veio fazer um teste há muito tempo. É um jogador do adversário, não posso dizer mais”, comentou Zinedine Zidane, francês que lidera de novo o Real Madrid após ter sido tricampeão europeu e que pensa da mesma forma do que Florentino Pérez, o presidente do clube. Aliás, a imprensa espanhola continua a insistir numa proposta galáctica que estará a ser preparada pelo jovem avançado, visto como figura ideal para estar no clube quando for inaugurado o “novo” Santiago Bernabéu devidamente remodelado em 2022, como escrevia esta terça-feira o El Mundo.

Real Madrid pagava 214 milhões em 2017 por Mbappé, que foi para o PSG mesmo com pedidos recusados

Esta noite, o antigo avançado do Mónaco, a segunda maior transferência de sempre do futebol mundial apenas atrás da saída de Neymar do Barcelona, voltou a justificar essa obsessão – quando o Real vencia de forma segura por 2-0, Mbappé conseguiu apontar o golo da esperança para o PSG a menos de dez minutos do final, que seria acompanhado pelo empate de Sarabia pouco depois (83′). Apesar do empate, os espanhóis, que começaram da pior forma esta fase de grupos, já carimbaram a passagem para os oitavos mas ficarem também privados da hipótese de chegarem ainda ao primeiro lugar, cruzando na fase seguinte com um dos vencedores dos grupos.

Antes, os merengues, que começaram com Modric, Gareth Bale e Rodrygo no banco, justificaram a vantagem com golos do suspeito do costume, Karim Benzema, avançado que está a fazer a melhor temporada desde que chegou ao Santiago Bernabéu e que voltou a bisar. A meio da segunda parte, numa das outras notas negativas, Eden Hazard teve de abandonar o relvado por lesão quando estava a confirmar a subida de rendimento desde que chegou a Espanha depois de uma entrada em falso. Neymar, esse, começou no banco e entrou ao intervalo para o lugar de Gueye, tentando dar outra profundidade ao ataque do PSG. No entanto, a figura voltou a ser Mbappé.