Makoto Uchida é o novo CEO da Nissan, mas tomou as rédeas do construtor nipónico numa altura menos boa da sua história. As vendas globais estão em declínio, tal como os lucros, isto apesar de a marca ter acesso a motores e a plataformas disponíveis dentro da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, a maioria de origem francesa.

Uchida defende que “a Aliança é fundamental para atingirmos os nossos objectivos”, para a seguir afirmar que “é necessário perceber o que funciona bem dentro da Aliança e perceber o que não funciona, para decidir a melhor forma de avançar”. O novo CEO admite que nos últimos anos “a Nissan cresceu à custa da Aliança”, com os franceses a deterem 43,4% dos japoneses, fruto das verbas que injectaram na empresa japonesa e os compromissos que assumiram quando a salvaram da falência em 1999. Contudo, Uchida avisa que reforçar os laços que a unem ao sócio francês não é um objectivo para a Nissan nos próximos tempos. Na situação actual, a marca oriental tem um valor muito mais reduzido, o que lhe retira poder negocial.

Makoto Uchida fez saber que a Nissan tem de “repensar a sua cultura empresarial”, sacudindo para Carlos Ghosn, o quadro da Renault responsável pela sua recuperação desde 1999, a culpa pelos objectivos irrealistas que foram definidos e que, segundo Uchida, estão na origem da quebra das vendas e dos lucros que têm afectado a empresa nos últimos meses.

Para ajudar à recuperação da Nissan, o novo CEO prevê um corte de 12.500 postos de trabalho, reformular a gama de veículos e reduzir a produção dos actuais 7,2 milhões para apenas 6,6. De caminho, pretende incrementar as vendas no mercado americano, o mais importante para a marca, até Março de 2023, altura em que espera atingir 1,4 milhões de veículos.

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