O líder do PSD de Coimbra acusou esta segunda-feira o presidente do município, do PS, de autoritarismo e prepotência, depois de o Orçamento ter sido chumbado em Assembleia Municipal, mostrando abertura para uma moção de censura.

O chumbo do Orçamento da Câmara de Coimbra para 2020, na sexta-feira, em Assembleia Municipal, é “o culminar da incapacidade gritante do PS e de Manuel Machado [presidente do executivo] em gerar consensos”, apresentando uma visão “autoritária, centralista e prepotente”, afirmou o presidente da concelhia do PSD de Coimbra, Carlos Lopes, numa conferência de imprensa na sede local do partido.

Para o líder da concelhia, a cidade está “bloqueada não por esta oposição”, mas por um executivo liderado por um PS “sem qualquer capacidade de diálogo”.

Carlos Lopes recordou que cerca de 65% dos eleitores que votaram nas autárquicas de 2017 não votaram no PS, frisando que, caso o PS insista “em ser bloqueio, Coimbra será certamente capaz de escolher uma solução”, com o PSD “pronto para ser a solução”.

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Questionado pelos jornalistas, o presidente do PSD de Coimbra explicou que caso o PS não consiga resolver a situação e “gerar consensos”, os sociais-democratas estão abertos a apresentar uma moção de censura, tal como apresentaram em novembro de 2018, na altura chumbada por PS e CDU.

O PSD está a dizer à cidade que, como maior partido de oposição, está preparado para assumir as responsabilidades que lhe forem exigidas. Se o PS não tiver capacidade de gerar consensos, a única solução que nos parece tirar deste bloqueio é efetivamente eleições intercalares”, vincou, apesar de acreditar que o PS “vai tentar encontrar uma solução”.

Segundo Carlos Lopes, o PSD apresentou há um mês 10 propostas para as Grandes Opções do Plano (GOP) e Orçamento para 2020 da Câmara de Coimbra, mas não obteve qualquer resposta do PS, voltando a não ter tido qualquer contacto dos socialistas já depois do chumbo, na sexta-feira.

O Orçamento da Câmara de Coimbra, no montante de 150,8 milhões de euros, foi rejeitado com 26 votos contra – do PSD, CDS-PP, CDU, PPM, MPT e movimentos Somos Coimbra e Cidadãos por Coimbra – e 24 a favor (23 da bancada socialista e um da CDU), registando-se ainda uma abstenção de um autarca do PSD.