Desde a eleição, em dezembro de 2017, para a presidência do Eurogrupo, que os alemães são críticos de Mário Centeno — mas se esse descontentamento não mudou com a passagem do tempo, bem pelo contrário, até se agudizou, muito à custa da relutância do português em viajar para as capitais europeias para discutir assuntos com antecedência, também não deverá ser suficiente para fazer com que ele seja destronado do cargo, admite a edição desta terça-feira do El País.

Mesmo que, a votos, contra o ministro das Finanças português, se apresente Nadia Calviño, a espanhola titular da pasta da Economia que está a ser apontada como grande favorita à sua sucessão.

Apesar de Calviño, apresentada como “sucessora natural” do português, poder beneficiar de um “certo descontentamento” associado à presidência de Centeno, não apenas mas sobretudo entre os alemães, é pouco provável que consiga vencer o atual presidente do Eurogrupo. Mas, se Centeno, no próximo verão, no fim do seu mandato de dois anos e meio como líder dos ministros das finanças e economia da zona Euro, decidir sair, então a história será outra, vaticina o diário espanhol.

Fontes diplomáticas garantem ao jornal espanhol que o do socialista Olof Scholz, vice-chanceler e ministro das Finanças alemão, será apenas um dos apoios com que Nadia Calviño, de 51 anos, poderá contar.

O facto de ter sido, entre 2014 e 2018, diretora geral de Orçamento da Comissão Europeia e de ser um dos principais apoios de Centeno para a negociação de acordos, ajuda a fazer da atual ministra da Economia de Pedro Sánchez — mulher e socialista, conhecida pela capacidade de trabalho e de organização — uma das mais sérias candidatas à presidência do Eurogrupo.

Contra Nadia Calviño poderá pesar o facto de o governo espanhol poder ser visto como “algo instável” — e os números do défice, alerta o El País. Sem disciplina fiscal, a chegada da espanhola à presidência do Eurogrupo ficará muito dificultada.

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