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Bruno Lage, o ministro que evitou o Adelxit para manter a união (a crónica do Benfica-Belenenses SAD)

Este artigo tem mais de 4 anos

Taarabt escolheu o jogo perfeito para se estrear a marcar pelo Benfica e foi o melhor da equipa na difícil vitória com o Belenenses SAD. E Lage só tem de estar satisfeito por ter evitado o Adelxit.

O médio marroquino marcou o segundo golo dos encarnados e criou o primeiro
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O médio marroquino marcou o segundo golo dos encarnados e criou o primeiro

AFP via Getty Images

O médio marroquino marcou o segundo golo dos encarnados e criou o primeiro

AFP via Getty Images

O discurso tem sido escrito, dito e repetido nas últimas semanas — o que o torna redundante mas nunca falso. Nesta altura e desde há algumas épocas para cá, o Benfica tem uma capacidade financeira, um músculo negocial e uma fluidez no mercado europeu que não encontra par no futebol português. Os encarnados estão vários níveis acima dos dois principais rivais e essa diferença ficou patente, mais uma vez, na janela de transferências que encerra esta sexta-feira.

Raúl de Tomás saiu para o Espanyol pelo valor que tinha custado no verão, Fejsa foi emprestado ao Alavés para equilibrar a folha salarial, Weigl foi um investimento surpreendente feito com o encaixe da venda de RDT e esta sexta-feira, no último dia do mercado, o eterno prometido Dyego Sousa chegou da China a título de empréstimo. Pelo meio, diga-se, o Benfica ainda colocou Caio Lucas na Arábia Saudita, contratou Yony González ao Fluminense e viu gorada a investida por Pedrinho, do Corinthians (num negócio que acabaria por envolver o mesmo Yony). Tudo somado e Bruno Lage conseguiu substituir um avançado que nunca teve rendimento com outro que sempre foi pretendido e trocar um médio de características defensivas que estava fora dos planos por um que entrou diretamente para o onze.

Ficha de jogo

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Benfica-Belenenses SAD, 3-2

19.ª jornada da Primeira Liga

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: Nuno Almeida (AF Algarve)

Benfica: Vlachodimos, André Almeida, Rúben Dias, Ferro, Grimaldo, Pizzi (Chiquinho, 66′), Weigl, Taarabt, Cervi (Gabriel, 80′), Rafa, Carlos Vinícius (Seferovic, 88′)

Suplentes não utilizados: Zlobin, Tomás Tavares, Jardel, Jota

Treinador: Bruno Lage

Belenenses SAD: André Moreira, Gonçalo, Nuno Coelho, Chima, Tiago Esgaio (Marco Matias, 71′), Show (Phete, 76′), André Santos (Chano, 88′), Nilton Varela, Licá, Cassierra, Varela

Suplentes não utilizados: João Monteiro, Rúben Lima, Danny, Edi Semedo

Treinador: Petit

Golos: Carlos Vinícius (31′), Taarabt (38′), Licá (70′ e 87′, gp), Chiquinho (78′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Nilton Varela (11′), a Pizzi (19′), a Esgaio (43′), Show (61′), Gonçalo Silva (68′), Rafa (84′)

Entretanto, numa sexta-feira que era também o último dia do mercado de inverno, a verdade é que o Benfica jogava em casa ao final da tarde com o Belenenses SAD. Um renovado Belenenses SAD que conta agora com Petit no comando técnico e que tem várias diferenças face àquilo que era a equipa de Pedro Ribeiro, principalmente no que diz respeito ao sistema tático. Para a receção aos azuis, Bruno Lage voltava a apostar em Weigl no meio-campo mas desta vez colocava Taarabt ao lado do alemão, atirando Gabriel para o banco. Na frente de ataque, Rafa voltava a ser titular, assim como Cervi, e Chiquinho voltava a começar na condição de suplente.

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O Benfica entrava em campo com a noção de que uma vitória, a 16.ª consecutiva na Primeira Liga, significava ficar novamente a dez pontos de distância do FC Porto, ainda que à condição porque os dragões jogam este sábado. O Belenenses SAD apresentou-se na Luz tal como tem feito desde que Petit assumiu a orientação da equipa, com uma linha defensiva de cinco que se desmonta em três quando tem a bola, com Nilton Varela de um lado e Esgaio do outro a subirem nos corredores para apoiar a transição ofensiva. Uma transição ofensiva que era normalmente feita a procurar a profundidade e a velocidade de Varela e Licá, que apareciam mais junto às alas mas entre os laterais e os centrais do Benfica, de forma a romper a organização defensiva da equipa de Bruno Lage.

Já o Benfica, igual a si mesmo, ia construindo com base na linha mais recuada: Weigl é o médio que se aproxima mais dos centrais e Taarabt, com superior liberdade, aparece nas costas de Vinícius e Rafa e numa zona onde pode apoiar tanto Pizzi como Cervi. A mobilidade do jogador marroquino acabou por ser a chave dos encarnados na primeira parte, já que o Belenenses SAD conseguiu durante a meia-hora inicial ter alguma bola e estagnar as investidas adversárias, até porque a equipa de Lage estava a perder muitas bolas na zona de construção. Vlachodimos ainda defendeu um livre direto batido por Varela (20′), assim como André Moreira parou um livre batido por Grimaldo na baliza contrária (12′), mas o Benfica soube crescer no jogo de forma progressiva e empurrar o Belenenses SAD para o próprio meio-campo. Com o passar dos minutos, os encarnados perceberam que a equipa de Petit não tinha velocidade nem intensidade para responder aos pontuais picos ofensivos do Benfica e que teria muitas dificuldades sempre que Taarabt, a partir do meio-campo, abrisse a dinâmica para uma das laterais. À chegada à meia-hora de jogo, o Benfica tinha o controlo total das ocorrências e só se preocupava com eventuais perdas de bola na zona de construção que pudessem potenciar contra-ataques do Belenenses SAD.

Foi Taarabt, que estava a ser o elemento em maior destaque no Benfica, que acabou por desbloquear o nulo no resultado. O marroquino fintou quase metade da equipa do Belenenses SAD antes de abrir em Cervi na esquerda: o argentino cruzou, Vinícius cabeceou à trave mas ainda conseguiu recuperar a bola na recarga para depois rematar na diagonal para abrir o marcador (31′). Num lance marcado por uma enorme passividade por parte da defensiva do Belenenses SAD, o avançado encarnado chegou aos 20 golos na presente temporada e marcou pelo segundo jogo consecutivo. Numa evidente escalada de controlo e superioridade, o Benfica chegou de forma natural ao segundo golo. Depois de um canto batido na direita, a bola foi desviada ao primeiro poste e sobrou para Taarabt, que disparou na zona da marca da grande penalidade (38′). Três anos e meio depois de chegar à Luz, o médio marroquino estreou-se a marcar pela equipa principal do Benfica, num golo muito celebrado pelos colegas de equipa.

Na ida para o intervalo, o Benfica tinha o jogo completamente na mão e podia dar-se o luxo de realizar uma segunda parte totalmente em modo de gestão de esforço. Ainda assim, o Belenenses SAD já tinha mostrado na Luz que sabia ter a bola e causar perigo com ela e apostava na velocidade de Licá e na explosão de Varela para provocar calafrios à defesa encarnada.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do Benfica-Belenenses SAD:]

Na segunda parte, o Belenenses SAD tentou precisamente impôr a dinâmica que tinha apresentado no início da primeira parte, com a primeira linha de construção muito subida e o guarda-redes André Moreira a estimular as saídas com a bola no pé, sem precipitar o avançar no terreno. O Benfica, assente nos dois golos de vantagem, foi adormecendo na partida e só passava do meio-campo em transições rápidas, preferindo recuar e diminuir a intesidade para depois procurar o terceiro golo no contra-ataque.

O Belenenses SAD, porém, foi-se aproximando da baliza de Vlachodimos e criou a primeira oportunidade por intermédio de Licá, que ao segundo poste fez o mais difícil e empurrou para fora (57′). Rúben Dias ia fazendo autogolo, Vlachodimos evitou o golo duas vezes no mesmo lance (63′) e Bruno Lage reagiu ao trocar Pizzi — um totalmente desinspirado Pizzi, que mal apareceu no jogo — por Chiquinho para estimular a criatividade encarnada. Do outro lado, a equipa de Petit ia insistindo e estava claramente melhor na partida, mais intensa e esclarecida, ainda que nunca num ritmo elevado. Quando faltavam 20 minutos para o apito final e numa altura em que somava os últimos quatro remates do jogo, o Belenenses SAD conseguiu chegar ao golo através de Licá, que desviou ao primeiro poste um cruzamento vindo da esquerda (70′).

Petit lançou Phete e Marco Matias para ir à procura de um empate que ao intervalo parecia impensável mas o Benfica assentou na habitual eficácia para chegar ao terceiro golo e resolver, pelo menos aparentemente, o jogo. Carlos Vinícius isolou Chiquinho na cara de André Moreira e o avançado ex-Moreirense, à saída do guarda-redes, evitou o guardião e desviou para a baliza deserta (78′). Até ao final, Rafa ainda cometeu grande penalidade sobre Varela e Licá bisou na conversão do penálti, reduzindo novamente a vantagem encarnada e garantindo ao Belenenses SAD uns quatro minutos de tempo extra em que o Benfica não tinha a vitória assegurada.

O Benfica conseguiu tirar a ferros a 16.ª vitória consecutiva na Primeira Liga mas esteve longe de realizar uma exibição brilhante: na segunda parte, a equipa de Bruno Lage desperdiçou os 15 minutos positivos do primeiro tempo que tinham valido uma vantagem de dois golos e abriu espaço ao crescimento do Belenenses SAD. Pizzi esteve totalmente desaparecido, Cervi esteve abaixo das últimas exibições e Carlos Vinícius acabou por ter no golo o melhor lance que assinou na partida. Acabou por ser Taarabt, no meio-campo e até ser substituído na segunda parte, a realizar a prestação mais consistente da equipa do Benfica e a garantir o equilíbrio do conjunto. Em dia de Brexit, Taarabt bem pode agradecer a Bruno Lage por ter evitado o Adelxit do Benfica — assim como Bruno Lage pode agradecer a Taarabt por ter escolhido esta sexta-feira para marcar o primeiro golo pelos encarnados.

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