A Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) garantiu “nunca ter havido qualquer tipo de abordagem” para a instalação de uma refinaria de hidróxido de lítio no Porto de Leixões, em Matosinhos.
“Não há nenhuma manifestação de interesse em nenhuma refinaria [de lítio] nas instalações da APDL”, disse o administrador Nuno Araújo, na sessão extraordinária da Assembleia Municipal de Matosinhos, que decorreu na segunda-feira à noite tendo como ponto único de discussão o prolongamento do quebra-mar de Leixões.
Esta resposta surgiu na sequência de uma questão colocada pelo deputado do PCP João Avelino a propósito da possibilidade do Porto de Leixões, no distrito do Porto, poder vir a receber uma refinaria de hidróxido de lítio.
Dizendo conhecer a questão do lítio por ser “amplamente discutida na Comunicação Social”, Nuno Araújo vincou que a APDL “nunca” teve qualquer tipo de abordagem a este respeito, não podendo manifestar-se sobre coisas que desconhece. “Nunca tivemos qualquer reunião sobre esse assunto, nem nunca demos qualquer opinião sobre isso”, reforçou.
Em novembro de 2019, numa entrevista ao jornal Público, o secretário de Estado da Energia, João Galamba, referiu que o Governo está a desenvolver esforços para atrair para Portugal a primeira fábrica de hidróxido de lítio a instalar na Europa. O governante considerou que o Porto de Leixões, no distrito do Porto, seria a localização ideal devido à proximidade das zonas de extração.
O Governo quer criar este ano um cluster do lítio e da indústria das baterias e vai lançar um concurso público para atribuição de direitos de prospeção de lítio em nove áreas do país.
Para além dos dois contratos já anunciados em Montalegre e Boticas, ambas no distrito de Vila Real, serão abrangidas as áreas de Serra d’Arga, Barro/Alvão, Seixo/Vieira, Almendra, Barca Dalva/Canhão, Argemela, Guarda, Segura e Maçoeira. A aposta faz parte da proposta de Orçamento do Estado para 2020 (OE2020).