O Mundial de Fórmula 1 começa no domingo, na Austrália, sob ameaça do Covid-19 e com a expectativa de ver se o britânico Lewis Hamilton (Mercedes) consegue igualar o recorde de sete títulos conquistados pelo alemão Michael Schumacher.

O piloto britânico, campeão em título, tem dominado a era híbrida da Fórmula 1, que começou em 2014, tendo conquistado cinco títulos em seis anos (2014, 2015, 2017, 2018 e 2019), juntando-os ao que já tinha alcançado em 2008, pela McLaren. Com 250 corridas já disputadas e 84 vitórias na carreira, Hamilton tem 22 Grandes Prémios esta temporada para igualar ou superar os 91 triunfos que Schumacher registou em 308 corridas (outro recorde detido pelo alemão).

O sétimo e último título de Michael Schumacher foi conquistado em 2004, aos 35 anos, precisamente, a idade de Lewis Hamilton, que procura tornar-se o mais bem sucedido piloto de sempre na Fórmula 1. Para já, detém o recorde de “pole positions”, com 88, e tem ainda 151 pódios, menos quatro do que “Schumi”, pelo que também esse registo deve cair este ano.

A pré-temporada deixou indicações de que o domínio da Mercedes continuará por mais um ano, o último com os atuais regulamentos técnicos, pois o ritmo de corrida pareceu superior ao da concorrência, que volta a ser protagonizada por Ferrari e Red Bull, com a Racing Point à espera de surpreender com algumas idas ao pódio, depois de ter copiado o desenho dos Mercedes de 2019.

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Para além do ritmo superior e usando os pneus de dureza intermédia, a Mercedes apresentou também, nos testes que antecedem o arranque da competição, um novo sistema de direção de duplo eixo, que deverá trazer ainda maior vantagem nos circuitos com longas retas. Para já, a Federação Internacional do Automóvel (FIA) permitiu o sistema durante esta época, apesar dos protestos dos adversários.

Em 2019, o campeonato começou com cinco “dobradinhas” consecutivas dos “flechas de prata”, denominação atribuída aos Mercedes, com o finlandês Valtteri Bottas a surgir como o mais forte opositor de Hamilton. Este ano, o cenário deve variar pouco, com o monegasco Charles Leclerc a ter um papel mais consolidado na Ferrari face ao alemão Sebastian Vettel, enquanto o holandês Max Verstappen é a principal arma da Red Bull.

A luta pelos lugares seguintes parece ter-se equilibrado, com Racing Point, Renault, McLaren e Alfa Romeo a deixarem boas indicações no inverno. Haas, Williams e Alpha Tauri, a segunda equipa da Red Bull, são as principais incógnitas. Isto, se a pandemia do novo coronavírus não interferir com o normal desenrolar do campeonato. Para já, o Grande Prémio da China foi adiado para data incerta e o do Bahrain será disputado à porta fechada.

Na Austrália, palco da primeira corrida da temporada, no circuito de Melboune, em Albert Park, o receio de contágio está sempre presente. O espetro do adiamento ou cancelamento continua a pairar sobre a prova, num ano que promete ser histórico e em que o campeonato cumpre o 70.º aniversário.