Para os franceses, a parceria a 50% com a Dongfeng, iniciada em 2013, deixou de ser viável. A contínua quebra das vendas, que se agravou ainda mais devido à Covid-19, tornou insustentável a joint-venture que se dedicava exclusivamente à produção de veículos a gasolina. A solução encontrada pela Renault foi a venda dos seus 50% à Dongfeng, que é pertença do Estado chinês.

Esta decisão da Renault, veiculada pela Reuters, vem no seguimento de outra similar, em que também a PSA revelou estar a ponderar sair de uma parceria com a Dongfeng, pelo mesmo motivo: quebra de vendas.

PSA e Dongfeng despedem milhares na China

Embora tenha uma capacidade de produção de 110.000 unidades por ano, a joint-venture sino-francesa vendeu apenas 18.607 em 2019, o que explica prejuízos acumulados de 1,5 mil milhões de yuans, cerca de 194 milhões de euros. A Dongfeng já avançou que irá adquirir os 50% detidos pela Renault (sem contudo serem revelados os pormenores do negócio), prevendo integrar a fábrica no conjunto das restantes instalações fabris. Ou seja, continuará a produzir os seus modelos, cessando apenas a produção de veículos com emblema Renault.

Apesar de sair da joint-venture com a Dongfeng, especializada na fabricação de carros com motores a combustão, a Renault não pretende sair da China. Vai, isso sim, concentrar-se na produção de veículos eléctricos. Segundo a marca, um dos focos passa a estar nos veículos alimentados exclusivamente por bateria, que serão construídos pela parceria com os chineses da Jiangling Motors Corporation Group. O outro foco estará colocado numa segunda parceria com a Brilliance China Automotive Holdings, que pretende lançar cinco novos comerciais ligeiros até 2023.

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