Quase 200 mil britânicos visitaram Cabo Verde em 2019, praticamente um quarto dos turistas estrangeiros que as unidades hoteleiras do arquipélago receberam em todo o ano, indica um estudo divulgado hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) cabo-verdiano.

O estudo estatístico do turismo em Cabo Verde em 2019 confirma que as unidades hoteleiras cabo-verdianas receberam 819.308 hóspedes, um aumento de 7% face a 2018, e 5.117.403 dormidas, um crescimento também homólogo de 3,7%.

Com 196.557 hóspedes, o mercado britânico voltou a ser o principal emissor de turistas para Cabo Verde, representando 24% do total, liderando também no tempo de estadia, que foi, em média, de 8,1 dias em 2019. Em 2018, os turistas britânicos que visitaram Cabo Verde representaram 22,7% do total, chegando nesse ano aos 174.078.

A Alemanha, com 92.320 turistas e um peso de 11,3%, surge em segundo lugar e a França, com 85.325 hóspedes e 10,4% do total, no terceiro lugar. Com 80.012 turistas em 2019, Portugal ficou no quarto lugar, com 9,8% do total e um aumento de mais de 9.000 hóspedes face a 2018.

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Além dos turistas estrangeiros, o mercado hoteleiro do arquipélago contou com a procura interna, que chegou a 61.326 hóspedes, correspondente a cerca de 7,5% do total de 819.308 em todo o ano.

Apesar destes números, o vice-primeiro-ministro de Cabo Verde já admitiu que o país deverá perder meio milhão de turistas em 2020, quebra superior a 60% face a 2019, além de um corte de 4% no Produto Interno Bruto (PIB), devido à Covid-19.

A economia de Cabo Verde vai perder cerca de 500 mil turistas este ano, em relação a 2019. Com isso, o país vai ter uma redução de cerca de três milhões de dormidas”, divulgou Olavo Correia, que é também ministro das Finanças.

Olavo Correia explicou que, em consequência deste cenário, “as receitas fiscais vão reduzir-se em aproximadamente 12 milhões de contos [12 mil milhões de escudos, 107 milhões de euros]”. Além disso, as receitas totais do Estado de Cabo Verde “vão diminuir em cerca de 18 milhões de contos [160 milhões de euros] em relação ao previsto no Orçamento de Estado de 2020”.

Destino essencialmente de sol e praia, Cabo Verde terminou 2019 com 284 unidades hoteleiras, tal como no ano anterior, mas o total de quartos e de trabalhadores desceu, face a 2018, conforme dados confirmados esta quinta-feira no estudo do INE cabo-verdiano.

Estes estabelecimentos hoteleiros ofereceram uma capacidade de alojamento de 13.092 quartos, traduzindo-se num decréscimo de 0,7% face a 2018.

Já o número de camas aumentou 0,1%, para 21.059, enquanto o total de trabalhadores afetos oficialmente ao setor desceu 3,9%, para 9.050, face ao máximo histórico de 9.417 registado em 2018. O Sal continua a ser a ilha com maioria do pessoal empregado nos estabelecimentos de alojamento turístico (30 estabelecimentos num total do país de 284), com 53 em cada 100 empregados do total nacional.

Em termos nacionais, a grande maioria do pessoal empregado (92,7%) é de nacionalidade cabo-verdiana e 58,8% desse total são mulheres.

As residenciais representavam a maioria de unidades hoteleiras (34,5%) em Cabo Verde, seguidas de hotéis (25,7%) e pensões (27,1%), Cabo Verde, além de pousadas (3,5%), hotéis-apartamentos (7,7%) e aldeamentos turísticos (1,4%).