Pedro Proença reuniu na tarde desta segunda-feira com Rui Moreira na Câmara Municipal do Porto, naquele que foi mais um encontro no seguimento de outros que têm sido mantidos entre a autarquia e a Liga de Clubes tendo como tema principal a possibilidade de haver um aumento das instalações do órgão na cidade. “É algo importante para o desenvolvimento das competências da Liga, das valências que poderá dar no âmbito da investigação e da formação. Estamos a completar um ciclo que considerávamos fundamental”, explicou Proença após a reunião com Moreira, antes de abordar outros temas da atualidade como a contestação que tem sofrido.

“Passámos três meses difíceis, num processo difícil para toda a gente, estamos felizes porque desde a primeira hora acreditámos que era possível a retoma. Temos um calendário e haver jogos a partir de 3 de junho é uma grande vitória do futebol porque conseguimos fazer o que queríamos, que era retomar a nossa atividade. Não sabemos como vão acontecer as próximas épocas, ficámos privados de dois meses de competição e isso é um sinal de orgulho pelo que sempre lutámos”, acrescentou depois o presidente da Liga, antes de abordar o tema mais polémico da semana passada e que tinha a ver com o descontentamento por defender jogos em sinal aberto.

“A ideia não é só da Liga de Portugal, foi defendida pela Bundesliga e está agora a ser discutida na Liga italiana. É fácil perceber o que se pretende: com os jogos à porta fechada, o que queremos e tentámos potenciar era que a autoridade governamental pudesse injetar dinheiro nos canais generalistas, que estes pudessem depois adquirir os conteúdos dos operadores, que os operadores fossem ressarcidos por estes dois meses e que pagassem aos clubes que são os seus clientes. Podemos evitar aglomerações e ajudar as próprias famílias”, disse, antes de comentar também a contestação à sua liderança e a recente demissão do Cova da Piedade da Direção da Liga.

“São dinâmicas normais, há clubes mais ou menos satisfeitos, ainda para mais numa altura em que tivemos de tomar decisões difíceis. O presidente da Liga estará na Liga até os clubes quererem. É um momento de grande responsabilidade, de resto estou disponível para tudo. Há um ano fui reeleito com 96%. Há momentos em sérias dificuldades, que necessitam retomar e foi isso que fizemos”, concluiu Proença.

Já Rui Moreira confirmou a “quinta ou sexta” reunião tendo em vista a ampliação das instalações da Liga de Clubes na cidade do Porto, algo considerado pelo líder autárquico como “fundamental”, mas admitiu que houve outros temas abordados, revelando também a possibilidade de criar um drive in na cidade para que se veja futebol.

“Não nos podemos esquecer o enorme custo que teve para todos os portugueses esta situação do confinamento e ainda bem que vão poder ser realizados os jogos da Liga. Pelo interesse desportivo, pelos adeptos, pelos atletas, pelos clubes e toda a economia envolvida. Mas não nos podemos esquecer que a situação que criamos não pode reacender a pandemia. Voltar a parar a Liga era a maior das tragédias. Percebemos que os adeptos, não estando no estádio, queiram ver os jogos e queiram ver com outras pessoas. Foi isso que vi na proposta de haver jogos em sinal aberto, o que em nada prejudicaria as operadoras porque receberiam por isso e os clubes também. Temos vindo a trabalhar com operadores no sentido de ter um drive in no Queimódromo para outros fins, culturais e cinema. Pareceu-nos que era interessante ter essa valência também para oferecer aos adeptos. Seria interessante até porque vamos ter um Boavista-FC Porto na noite de São João e isso preocupa-nos bastante”, revelou.

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