A Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) anunciou esta quinta-feira que 11 elementos do grupo dissidente do partido acusado de protagonizar ataques no centro do país vão entregar as armas, no âmbito da desmilitarização, desarmamento e reintegração (DDR). “Estamos em contacto com eles e eles mostram-se bastante arrependidos”, declarou o secretário-geral da Renamo, André Magibire.

O secretário-geral do principal partido de oposição em Moçambique falava em Muxungue, distrito de Chibabava, na província de Sofala, durante a segunda etapa do processo de DDR, no âmbito do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional assinado em agosto do ano passado. Segundo Magibire, do grupo de 11 elementos da autoproclamada Junta Militar, três já entregaram hoje as armas, sendo que os restantes serão abrangidos nas fases subsequentes do DDR.

Para o secretário-geral da Renamo, a decisão deste grupo é “um bom sinal” e o partido está aberto para os apoiar, dentro do “espírito de perdão e solidariedade”. “Achamos que todos devem beneficiar deste processo”, frisou André Magibire, acrescentando que acredita que mais guerrilheiros daquele grupo que permanece entrincheirado na região vão desistir das incursões armadas no centro de Moçambique.

A autoproclamada Junta Militar é liderada por Mariano Nhongo, ex-dirigente da guerrilha, e é acusada de protagonizar ataques visando forças de segurança e civis em aldeias e nalguns troços de estrada da região centro, tendo causado, pelo menos, 24 mortos. Entre várias revindicações, Nhongo exige a demissão do atual presidente da Renamo, Ossufo Momade, acusando-o de ter desviado as negociações de paz dos ideais do seu antecessor, Afonso Dhlakama, líder histórico do partido que morreu em maio de 2018.

O processo de desmilitarização, desarmamento e reintegração, que envolve cerca de cinco mil membros do braço armado do maior partido da oposição, arrancou no dia 4 de junho. Desde então já foram abrangidos 38 ex-guerrilheiros em Savane, 251 ex-guerrilheiros em Chibabava e outros 303 em Dondo, na província de Sofala, centro do país.

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