Os três maiores bancos privados que atuam no Brasil – Bradesco, Itaú e Santander Brasil – divulgaram esta quarta-feira um plano integrado que tem por objetivo de contribuir para a conservação e desenvolvimento sustentável da Amazónia.

O anúncio acontece quando globalmente se pede ao Brasil que impeça queimadas e ações predatórias na Amazónia, onde ações de desflorestação têm batido sucessivos recordes desde que Jair Bolsonaro tomou posse como Presidente brasileiro, em janeiro de 2019, mas também que aumente o seu comprometimento em relação aos temas ligados à mudança climática.

Num comunicado, os bancos informam que pretendem implantar medidas a partir de três frentes de atuação identificadas como prioritárias para a região: a conservação ambiental, investimento em infraestruturas sustentáveis e garantia dos direitos básicos da população da região amazónica.

Itaú, Bradesco e Santander explicam que o plano foi apresentado ao Governo brasileiro e frisam que, a partir de agora, trabalharão em conjunto no detalhe das iniciativas.

Para que as ações sejam efetivas, é fundamental que ocorra uma intensificação das medidas de proteção da floresta amazónica. Por isso, a atuação dos bancos será coordenada com o Governo e as ações serão implementadas em alinhamento com as iniciativas públicas, potencializando, assim, o impacto das ações para o desenvolvimento social e económico da região”, lê-se no comunicado.

O presidente do Itaú, o maior banco privado do Brasil, afirmou que agentes importantes do sistema financeiro do país partilham as mesmas preocupações a respeito do desenvolvimento socioeconómico da Amazónia e da conservação ambiental.

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Acreditamos que os três bancos têm forças complementares e, atuando de forma integrada, vemos grande potencial de geração de impacto positivo na região”, defendeu Candido Bracher.

Já o presidente do Bradesco, que é segundo maior banco privado do país, Octavio de Lazari Júnior, salientou que o projeto tem o propósito de contribuir para um mundo melhor.

A ideia é que todos precisam de assumir a sua parcela de compromisso com as futuras gerações. Por isso, lançamos uma agenda objetiva que pretende defender e valorizar a Amazónia, as suas riquezas naturais, florestas, rios e cultura diversificada. Queremos dar passos concretos para tornar discurso em realidade. A Amazónia não é um problema”, afirmou Lazari Júnior.

Já o presidente do banco espanhol Santander no Brasil, Sérgio Rial, considerou que “a dimensão do desafio impõe uma atuação firme e veloz a todos os atores que puderem participar da construção de um modelo de desenvolvimento sustentável para a Amazónia.”

Os bancos estabelecerão, agora, um conselho de especialistas com diferentes experiências e conhecimentos sobre as questões sociais e ambientais envolvendo a Amazónia brasileira.

O grupo será responsável por auxiliar nos desdobramentos dos planos, cujas ações estão previstas começar ainda este ano, e na criação de métricas e objetivos alinhados aos desafios locais.

A Amazónia é a maior floresta tropical do mundo e possui a maior biodiversidade registada numa área do planeta, com cerca de 5,5 milhões de quilómetros quadrados, e inclui territórios do Brasil, Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa (pertencente à França).

O Brasil encerrou o mês de junho com o maior número de focos de queimadas na Amazónia dos últimos 13 anos.

Organizações ambientais têm denunciado o aumento de incêndios florestais durante a estação seca na Amazónia brasileira, que geralmente dura até setembro, após altas taxas de desflorestação atingirem a região no ano passado.