As autoridades da Bielorrússia libertaram mais de mil pessoas que estavam detidas devido às manifestações contra a reeleição do Presidente do país, Alexander Lukashenko, anunciou esta quinta-feira o presidente do Senado.

“Mais de mil pessoas foram libertadas com a obrigação de não participarem em manifestações não autorizadas”, disse Natalia Kotchanova, em declarações transmitidas através da televisão estatal, citadas pela agência France-Presse. Já o ministro do Interior, Yuri Karaev, pediu desculpa pela violência policial contra pessoas que não participavam nos protestos.

Milhares de pessoas formaram cordões humanos nas ruas de Minsk para denunciarem a repressão violenta das manifestações de contestação dos resultados das eleições de domingo, que mantiveram no poder o Presidente Lukashenko, noticiou a AFP.

No total, milhares de pessoas aderiram a este tipo de ação na capital, enquanto nas redes sociais se multiplicam as imagens de iniciativas semelhantes no país. Há também relato de greves em empresas e fábricas no país.

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Esta forma de mobilização, lançada na quarta-feira por dezenas de mulheres vestidas de branco, até agora não desencadeou uma repressão violenta como a que visou as manifestações noturnas. Milhares de pessoas manifestam-se na Bielorrússia desde domingo, exigindo a recontagem dos votos que deram no domingo a Alexander Lukashenko uma vitória esmagadora, com 80% dos votos.

Desde domingo, mais de 6.700 pessoas foram detidas durante ações de protesto.

A principal candidata da oposição, Sviatlana Tsikhanouskaya, cujas ações de campanha atraíram multidões de eleitores frustrados com o Governo autoritário de 26 anos de Lukashenko, terá obtido apenas 10% dos votos.

A polícia reprimiu os protestos com cassetetes, gás lacrimogéneo e balas de borracha, granadas atordoantes e outros meios. Um manifestante morreu na segunda-feira em Minsk e muitos ficaram feridos. A Rádio Liberdade informou que um segundo homem morreu num hospital na cidade de Gomel, sudeste do país, após ser detido pela polícia. A repressão aos manifestantes tem gerado duras críticas na comunidade internacional.