A Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) e quatro universidades portuguesas renovaram esta quarta-feira o compromisso de promover Portugal como um destino de eleição para estudantes norte-americanos, um trabalho que dizem continuar a ser necessário no contexto de pandemia.

O programa Study in Portugal Network (SiPN), que resulta de uma colaboração entre a FLAD e as instituições de ensino superior, foi lançado em 2015 e, desde então, já trouxe para Portugal mil estudantes norte-americanos, de mais de 70 universidades.

Em tempo de pandemia da Covid-19, a FLAD não quis deixar de reforçar a promoção do país junto desses estudantes e esta quarta-feira assinou com a Universidade Nova de Lisboa, Universidade de Lisboa, Universidade Católica Portuguesa e ISCTE — Universitário de Lisboa o protocolo para o novo modelo da iniciativa.

Há um número cada vez maior de estudantes norte-americanos que procuram uma experiência de study abroad (estudo no estrangeiro). Os países da Europa são um destino de eleição para esses estudantes, mas Portugal parece não estar ainda no seu radar”, sublinhou Elsa Henriques, do Conselho Executivo da fundação.

Para o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, que esteve presente na cerimónia, a promoção da mobilidade de estudantes continua a ser, mesmo no contexto atual, importante e, por isso, Manuel Heitor deixou elogios à iniciativa.

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“Sobretudo numa altura destas, a FLAD vir insistir na mobilidade de pessoas e na mobilidade de investigadores é um ato de coragem“, sublinhou o ministro, recordando que apesar da tendência crescente de estudantes estrangeiros em Portugal, ainda há muito trabalho por fazer em relação ao mercado dos Estados Unidos da América.

Segundo o governante, enquanto Espanha recebe, atualmente, cerca de 30 mil estudantes norte-americanos por ano, Portugal deveria receber cinco mil. Mas no ano letivo de 2017/2018, o SiPN trouxe apenas 857 alunos.

Em declarações à Lusa, Manuel Heitor sublinhou a necessidade de continuar a insistir na mobilidade de jovens estudantes e em Portugal, apesar do contexto atual de pandemia da Covid-19.

Nunca é tarde para recordar que Portugal é um país aberto e os jovens, mesmo em tempo de pandemia, têm que saber viajar e saber estudar fora. E este é um programa particularmente importante para reforçar a presença de estudantes norte-americanos”, disse o ministro.

“É importante insistirmos, mesmo em tempo de pandemia, na necessidade de não nos esquecermos de que a internacionalização e a mobilidade fazem parte da nossa cultura”, acrescentou, referindo que também o programa Erasmus+, da Comissão Europeia, continua, apesar de ainda não ter dados sobre a adesão dos estudantes.

No âmbito do SiPN, até ao final de outubro estão abertas as inscrições para o 2.º semestre deste ano letivo, um semestre sobre o qual Elsa Henriques não tem grandes expectativas, acrescentando que, ainda assim, tudo estará preparado para receber os alunos em janeiro.

No novo modelo, focado nas áreas das ciências sociais, humanidades e gestão, os estudantes vão ter aulas com os colegas portugueses e deixam de poder frequentar disciplinas em várias instituições em simultâneo. As áreas das engenharias, arquitetura e agronomia fazem parte dos planos futuros.