Há 11 anos, em 2009, o FC Porto visitou o Chelsea de Carlo Ancelotti em Stamford Bridge na primeira jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões. Os blues ganharam, com um golo solitário de Anelka já na segunda parte. Tinha sido a última vez que os dragões tinham perdido fora de casa no primeiro compromisso da competição europeia. Até esta quarta-feira, novamente em Inglaterra.

Luis disse que era hoje o Día(z). Mas a maldição inglesa ainda não caiu (a crónica do Manchester City-FC Porto)

À 22.ª visita a terras de Sua Majestade, o FC Porto continua sem conseguir ganhar: leva agora 18 derrotas e quatro empates e a última vez que tinha perdido mas com golos marcados tinha sido há já 13 anos, com o Liverpool. A maldição permanece mas parece estar agora perto de cair, até porque Luis Díaz marcou ainda no quarto de hora inicial do jogo, porque os dragões foram melhores até ao intervalo e porque acabaram por ser um penálti e um livre direto a ditar a história da partida.

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Inteiramente na segunda parte, Sérgio Conceição fez cinco substituições — três de uma vez, uma ainda antes do golo de Gundogan — e promoveu, ao todo, 11 estreias na Liga dos Campeões. Evanilson, Manafá, Nanu, Taremi e Nakajima juntaram-se a Marchesín, Sarr, Uribe, Zaidu, Fábio Vieira e Luis Díaz, que foram titulares, e todos cumpriram os primeiros minutos da liga milionária. Pelo meio, Sarr e Evanilson estrearam-se em absoluto pelo FC Porto, enquanto que Nakajima voltou aos relvados mais de sete meses depois.

O FC Porto foi rápido a reagir à derrota — mais rápido do que as conferências de imprensa dos treinadores, por exemplo — e através de um texto no site oficial do clube criticou abertamente a prestação do árbitro da partida. “Um letão e um holandês ajudaram à festa inglesa”, pode ler-se no título do artigo, em referência às nacionalidades do árbitro e do responsável pelo VAR. “Os dragões até estiveram em vantagem com um belo golo de Luis Díaz, logo aos 14 minutos, mas a partir daqui começou o chorrilho de erros do árbitro Andris Treimanis, sempre em prejuízo do FC Porto. Mesmo perante a falta escandalosa de Gundogan sobre Marchesín que as repetições confirmaram, o VAR fez vista grossa e nem sequer convidou Andris Treimanis a ver as imagens, algo verdadeiramente inacreditável. Indiferente à péssima decisão da equipa de arbitragem, Kun Agüero fez o empate da marca dos onze metros, mas Marchesín adivinhou o lado e por pouco não defendeu o remate do compatriota”, refere o texto, que mais à frente defende que a falta de deu origem ao segundo golo dos ingleses é “inexistente” e que o árbitro foi “de muito longe o pior em campo”.

Na flash interview, Pepe comentou a partida com a mesma linha de pensamento. “Não gostamos de perder. Preparámos bem este jogo e entrámos com vontade de dar tudo e com uma personalidade tremenda, mas infelizmente o jogo foi condicionado por más decisões. Perder desta maneira custa, porque com a tecnologia que todos temos, a UEFA e o VAR não chamarem a atenção do árbitro é inadmissível nos dias que correm”, começou por dizer o central, que esta quarta-feira se tornou o segundo português mais velho a jogar na Liga dos Campeões, depois de António Veloso. “Acho que o árbitro não foi feliz e por isso considero que o resultado foi completamente injusto. O City tem jogadores muito bons e não precisava desta ajuda”, concluiu Pepe. E Sérgio Conceição, logo depois e também em declarações à flash da Eleven Sports, foi pelo mesmo caminho.

“Nós somos um país pioneiro no VAR… Por aquilo que vi hoje, devo um pedido de desculpas a todos os árbitros e VAR do nosso país. Se há país competente, pelo menos em relação ao que vi aqui, somos nós. Não tenho dúvidas… O lance do penálti, o que dá a falta do Fábio Vieira, tendo em conta outras faltas iguais ou piores… Há um penálti sobre o Pepe, que em qualquer sítio do mundo seria penálti. Fomos prejudicados. Tínhamos tudo para fazer um resultado positivo, que seria vencer. Não conseguimos, mas este foi o primeiro jogo e estou convicto que vamos dar uma resposta positiva nos próximos jogos e temos uma palavra a dizer no apuramento”, disse o treinador dos dragões.